O coordenador da área de telefonia do Ministério Público Federal foi quem levantou a lebre: o sindicalista José Zunga Alves de Lima, amigo do presidente Lula, que assumiu esta semana a vaga de “representante da sociedade” no conselho da Anatel, vem a ser funcionário da Brasil Telecom. Interessante, não?

Zunga, que foi fundador do PT e da CUT, trabalha na operadora como “gerente de Relações Não-Governamentais”. Não sei o que isso significa exatamente, mas não vem ao caso. O problema é uma pessoa que trabalha para uma empresa assumir um cargo em que terá, entre outras tarefas, de julgar e fiscalizar assuntos como a fusão dessa mesma empresa com outra, concorrente (a Oi).

Segundo Elvira Lobato, na Folha de S.Paulo, não é a primeira vez que tentam emplacar amigos do rei (digo, do presidente) em cargos técnicos estratégicos da Anatel. No passado, os acusados se demitiram antes de ser afastados pela Justiça.

Não parece ser a intenção de Zunga, que foi funcionário da antiga Telebrasilia (mais tarde incorporada à BrT) e hoje é diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Goiás. O procurador, corretamente, julga que ele está impedido de exercer o cargo (remunerado) de conselheiro. Mas a cara-de-pau de certos sindicalistas simplesmente ignora esse bom senso.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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