O site Comunique-se, voltado para empresas e profissionais de comunicação, denuncia: a revista Veja da semana retrasada plagiou descaradamente reportagem do The Wall Street Journal sobre genes humanos. O “erro” teria sido descoberto por um leitor que, para azar da revista, havia lido a matéria original. O site transcreve trechos inteiros das duas publicações, confirmando que se trata, mesmo, de plágio. A revista, é claro, nega. A repórter Gabriela Carelli primeiro garantiu ter entrevistado todas as pessoas citadas, inclusive uma pesquisadora americana ouvida pelo Journal – esta, no entanto, desmentiu ter dado entrevista à Veja. Pega em flagrante, a repórter reconhece que algumas declarações resultaram de sua “pesquisa”. O problema, mais uma vez, é que em nenhum momento de sua matéria ela cita a fonte, dando a entender que tudo foi trabalho seu.

Por que estou comentando o caso aqui? Apenas para alertar os leitores (se é que ainda necessitam desse alerta): cuidado com o que lêem. Mais do que isso: muito cuidado ao tirar conclusões a partir do que saiu na imprensa. Especialmente nestes tempos internéticos, em que qualquer assovio pode virar manchete de um blog – e daí para a mídia mundial. Ontem mesmo, li artigo de um especialista em tecnologia que transcreve, sem tirar nem por, frases inteiras de um press-release da operadora Sky, distribuído na semana passada. Dá a entender que foi o jornalista quem “apurou” tudo aquilo. O leitor que adquirir um pacote da Sky e não receber tudo que a empresa promete terá direito a levar o autor ao Procon. Junto com a operadora.

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