Economistas e consultores financeiros advertem: comprar a prazo faz mal ao seu bolso! Reportagem do Estadão na última segunda-feira detalha o incrível esquema de financiamento adotado por algumas redes de varejo (a saber: Casas Bahia, Carrefour, Ponto Frio e Extra) para atrair os consumidores de eletrônicos e itens de informática. De repente, começou-se a praticar parcelamentos de até 17 meses sem juros!!! Claro, você que é bem informado sabe que essa conversa de “sem juros” é pra enganar os menos avisados, ou os mais empolgados. Mas o interessante é que até outro dia o prazo máximo oferecido era de 12 meses; agora, aumentaram mais cinco; será que vai ficar nisso?

Especialistas ouvidos pelo jornal lembram que essa política aparentemente maluca tem a ver, primeiro, com o aumento da concorrência entre as redes varejistas, pressionadas de diversas formas. A Bahia, por exemplo, sente-se ameaçada porque a Magazine Luiza abriu dezenas de lojas na Grande São Paulo, e também porque o Grupo Pão de Açúcar comprou a Ponto Frio com a promessa declarada de brigar pela liderança no setor. As redes estariam também super-estocadas, após um período de “aperto” sobre os fornecedores. E – talvez a razão mais importante – cada uma das redes tem a seu lado um banco, de olho no aumento do poder aquisitivo da classe C e na conhecida capacidade do brasileiro em geral se endividar.

A meu ver, tudo isso influi em alguma medida. Já faz tempo que os chamados magazines viraram financeiras, que “alugam” seu espaço para os fabricantes exibirem os produtos; e estes, por sua vez, acabam servindo como “isca” para que o consumidor acabe comprando outras coisas. Sabe-se que as margens de lucro em itens como brinquedos, roupas e principalmente alimentos são muito mais altas do que as obtidas com eletrônicos. Mas são os produtos de tecnologia, principalmente TVs, computadores e celulares, que “chamam” o público para dentro da loja. Essa é a regra do jogo.

2 thoughts on “Quer pagar quanto? E quando?

  1. Primeiramente obrigado pelas respostas na questão da fiscalização do “projeto de banda larga” e “2016”.

    Pois é né? Para haver um “malandro”, tem que haver um ou mais “otários”. E o otário mais otário, é aquele que se embala nos comerciais dessas lojas e realmente vai no dia seguinte entregar seu dinheiro, como se fossem “touros” indo direto ao abate.
    Quem sabe ler, escrever e não sofre de burrice crônica, sabe que 17, 18, 20 vezes determinado valor numa loja dessas, não pode cheirar bem no final.
    Principalmente no caso das Casas Bahia, quem compra é burro duas vezes, pois além de pagar muito mais, leva-se muito menos. Explico: principalmente os móveis são de baixíssima qualidade, quebrando à toa e com pouca cobertura de garantia.
    Aliás, é ridículo ver o dono da rede fazendo ponta nos comerciais.
    O que acontece, é que os “otários” parecem ter como perfil, o depreparo, a falta de orientação e como não lêem muito, são mais suscetíveis à estímulos visuais, como a televisão. Suas mentes, como um barco sem rumo num mar revolto, são empurradas para lá e para cá por toda a porcaria que comerciais, novelas e afins jogam em suas frágeis mentes.
    Sou prestador de serviços na área de informática e atendo empresas. Sem querer ser preconceituoso, chega dar náusea ouvir, nos lugares onde vou a conversa do povo de manhã: “viu ontem na novela”? “caraca, o lepitopi na casa bahia tá na promoção”.
    Dizem os donos de varejo que a intenção deles é fazer com que qualquer pessoa possa ter um celular, uma geladeira duplex e etc… Mas, pagando em tantas vezes fica difícil se manter em dia, pois adversidades vêm e daí essa “qualquer pessoa” é convidada a frequentar o hall dos negativados no SCPC (nome novo, mas com a mesma história).
    Mas esse é um dos resultados de um mundo onde mostrar o que se tem em casa, é mais importante que dizer o próprio nome. Daí, se o meu vizinho ou colega de trabalho sabe que eu consegui aquele Positivo de 500 milhões de gigas de hd, ele vai ficar maluco e vai se enfiar num crédito doido desses por aí, pra comprar o maldito.
    Nós não mais conversamos em alguns casos uns com os outros, pois enquanto a outra pessoa está falando, estamos montando a resposta, pois tudo que é meu tem de ser melhor, maior, mais importante.
    Tenho muitos clientes “pessoas físicas”, que montaram ou compraram seus computadores porque viram ou ouviram dizer que seu parente ou vizinho comprou um também. Resultado: muitos desses computadores ficam lá no rack, como se fossem “altar de santo”, intocáveis.
    “Enquanto isso, na sala de justiça”, os “malandros”, divertem-se, alegram-se, enriquecem-se.
    Mas eu já falei: pra existir o malandro, tem que existir o otário. E esse segundo tipo, tem por aí feito capim.

  2. O risco é esse comércio assumir a concessão de créditos para pessoas sem condições de honrar seus pagamentos(créditos podres)e que isso acabe se transformando numa crise do”subprime” das casas Bahia.

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