Interessante estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que pode ser conferido aqui, mostra como estamos todos nós, brasileiros, pagando para trabalhar. Não se iluda, você também está nessa: até o próximo dia 27 de maio, tudo que você produzir como cidadão irá para o governo (federal, estadual ou municipal) – e, a menos que você seja contrabandista, camelô ou traficante, não há como fugir disso.
Explicando melhor: os pesquisadores analisaram a História do Brasil a partir de 1900, levando em conta três variáveis (o crescimento da população, o aumento da expectativa de vida e a carga tributária). Vejam como “evoluímos” nesses 108 anos. Em 1900, a expectativa de vida média do brasileiro era de apenas 33,4 anos, e os tributos pagos equivaliam a 43 dias de trabalho por ano. Quase 4 anos da vida de um brasileiro, em média, eram destinados a pagar impostos. Em 1950, esses números haviam progredido: para uma expectativa de vida de 42,6 anos, os tributos engoliam 6,82 anos da vida de cada pessoa.
Pois bem. A fúria tributária só fez aumentar de lá para cá. O levantamento feito em 2000 mostrou que a expectativa de vida média dos brasileiros aumentou significamente (70,5 anos), mas que uma parte bem maior dessa vida – nada menos do que 23,3 anos – era destinada a pagar impostos. Em 2008, a situação é a seguinte, diz o IBPT: 72,3 anos de expectativa de vida e 29,3 anos para pagar impostos.
Leia de novo: 29,3 anos (mais de 40%) de sua vida você tem que trabalhar para dar dinheiro ao governo. Em porcentagem, significa que nossa expectativa de vida aumentou 116%, mas o que pagamos em tributos aumentou muito mais: 244%.
O IBPT calcula que, este ano, o volume de impostos que iremos pagar corresponde a nada menos do que 148 dias de trabalho – daí a data mágica de 27 de maio, que será o 148o dia do ano. Como comparação, um suíço, por exemplo, trabalha muito mais: o que produz em 185 dias de seu ano é recolhido pelo Fisco. Só que um suíço não tem que pagar médico, hospital, escola, nem precisa de um vigia na porta de sua casa. Ou seja, os impostos que paga são convertidos em serviços prestados pelo governo.
Aqui, o que pagamos é convertido em mensalão, propinas, cartões corporativos e campanhas eleitorais.