No início da década, a empresa californiana TiVo causou alvoroço no mercado americano, ao lançar o primeiro gravador digital virtual, que ganhou o nome comercial de PVR (Personal Video Recorder). Com ele, o público descobriu que podia assistir a seus programas favoritos na hora mais conveniente, editando, pausando ou até mesmo cortando os intervalos comerciais. Foi um choque para o mercado publicitário: e se a moda pegasse?
Felizmente para agências e anunciantes, o sucesso da TiVo foi mais de mídia. Hoje, apenas pouco mais de 4 milhões de residências – num universo de mais de 120 milhões – possuem uma assinatura do PVR. Mesmo assim, a marca TiVo ficou para sempre associada à ousadia que é desafiar as grandes redes de TV, os estúdios de cinema e o setor publicitário. Nesta 3a. feira, a TiVo deu um novo passo rumo à inovação. Pode até não dar certo, mas convenhamos que trata-se de uma idéia brilhante.
Em parceria com a Amazon.com, maior loja virtual do mundo, a TiVo está estreando um inédito serviço de compras on-line. Se, por exemplo, ao ver um filme você sentir vontade de ler o livro em que o roteiro foi baseado, basta acionar uma tecla do controle remoto e pedir o livro à Amazon. Para quem mora nos EUA, a entrega é no dia seguinte. O mesmo vale para todos os produtos que a Amazon vende, um catálogo que vai de CDs e DVDs a acessórios domésticos, brinquedos e um longo etc. Está implantado assim o primeiro sistema verdadeiro de interatividade da televisão mundial – claro, restrito aos assinantes da TiVo.
“Estamos criando um novo modelo de televisão”, vangloria-se Thomas Rogers, diretor da empresa. “Não vamos cair no erro de outros que tentaram tirar as pessoas da frente do TV para comprar alguma coisa. Não, você pode continuar assistindo ao seu programa preferido. Basta clicar no controle remoto e aquele produto desejado ficará reservado para você”. Segundo ele, o equipamento poderá dar pausa no programa para o telespectador fazer a compra e, se quiser, continuar assistindo depois.
Simples, não? Vamos acompanhar por aqui essa experiência, enquanto não chega a interatividade à televisão brasileira. Será que emplaca?
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