Não quero ser chato, mas temos sempre que nos mirar nos bons exemplos dos países mais avançados. Vejam esta notícia que chega do Japão: em plena crise econômica, com grandes empresas somando prejuízos inéditos, 2.200 gerentes da Toyota – a maior montadora de automóveis do mundo – decidiram comprar, com o próprio dinheiro, carros da empresa para ajudá-la a superar as dificuldades. A Toyota informa que deve fechar o ano fiscal, em março, com queda de 18% nas vendas. Como se sabe, o setor automobilístico é um dos mais afetados pela recessão global.

É bom lembrar que os japoneses não tratam esse tipo de situação como os ocidentais. Nos EUA e na Europa, as grandes montadoras estão demitindo a rodo, o que também começa a acontecer no Brasil. No Japão, demissão é palavrão! Ser demitido é uma humilhação tão grande que as próprias empresas evitam fazê-lo, a não ser que o funcionário realmente cometa muitas falhas, o que não é o caso agora. Esses 2.200 executivos, portanto, não tomaram essa atitude por medo de perder o emprego, mas sim para ajudar, sinceramente, a empresa onde trabalham.

Quantos de nós, no Brasil, fariam o mesmo?

3 thoughts on “Mais um exemplo japonês

  1. No Brasil temos os empregados profissionais. Não trabalhadores, mas sim empregados. Se eu pudesse voltar no tempo, mataria Getulio Vargas quando ele aprendesse a ler e escrever. Para mim ele foi a primeira desgraça do Brasil após 1900 (a segunda estamos tendo agora). Aqui nossos trabalhadores têm a filosofia de ir ao emprego para buscar o salário e como este não é entregue de mão beijada (por enquanto), aí eles são obrigados a trabalhar por um mês. Nossa relação emprego x empresa nunca chegará aos pés dos japoneses. Aqui no Brasil o empregado odeia o patrão porque sabe que nunca será patrão. Com ajuda de governos cada vez mais populistas, nossos trabalhadores só pensam no salário. Como ele chegou em suas mãos e quanto custou é problema do patrão. Por outro lado, a maioria dos empregadores quer tirar o couro do empregado pagando o mínimo e exigindo o máximo, pois sabe que a lua de mel durará pouco, já que este o odeia e o colocará na justiça assim que der. Justiça esta bem getulista que dá sempre a razão para o coitadinho do empregado explorado. O dia que empregadores encararem os empregados como colaboradores e os empregados encararem o patrão como sócio, as empresas prosperarão, pois estão todos no mesmo barco. Exceto o governo que é sócio majoritário, não entra com nada e em caso de crise na empresa não perde nada, pois quando alguém perde é porque tem alguém ganhando.

  2. Concordo plenamente com seu ponto de vista, Orlando. Trabalhei como engenheiro de software no Japão e vi que lá os funcionários se sentem responsáveis diretos por todos sucessos e fracassos das empresas. Quando um prazo se aproxima, por exemplo, todos se empenham sem pensar nos pagamentos de horas extras. Esse sentido de responsabilidade vai custar muito a ser difundido neste país.

  3. O Brasil pode avançar muito se houver uma reforma nas leis trabalhistas, oportunizando assim um relacionamento empresa X colaborador mais sintonizada com as buscas em comum.
    Imagine se não houvesse mais salário fixo, e sim produtividade e comprometimento com as tarefas a serem cumpridas…certamente um novo modelo de sobrevivencia que incentivaria a evolução do ser humano e profissional, uma utopia certamente da minha parte, porém, se algum dia alguem ousar a aplicar esse modelo, estaria resolvido o problema tão grave que as empresa sofrem com a incompetência generalizada que vemos aí.
    Parabéns pela materia.
    Sds,
    Waltemberg Weil – Consultor Empresarial

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