Comecei o dia hoje com a notícia da morte repentina de Zé Rodrix, um dos maiores músicos brasileiros. Conheci o Zé nos anos 90, quando ele já tinha se afastado da música de consumo para se dedicar a trilhas de filmes e jingles publicitários. Era não só um músico completo (cantor, instrumentista, compositor, arranjador, produtor), mas também uma cabeça privilegiada para sentir e entender as tendências musicais, inclusive as mais modernas. Esteve no centro dos principais movimentos da música brasileira desde o final dos anos 60, como o célebre Festival da Record de 1967 (era membro do grupo Momento 4, que acompanhou Edu Lobo e Marilia Medalha na canção campeã: “Ponteio”); fez parte do Som Imaginário, inovador grupo mineiro que deu origem ao famoso Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento; depois, inventou (literalmente) o gênero que ficou conhecido como “rock rural”, uma saudável mistura de estilos, com o trio Sá, Rodrix e Guarabyra; fundou ainda outro grupo de vanguarda, o Joelho de Porco; e, na publicidade, compôs uma infinidade de jingles que ganharam o rádio e a TV, sendo o mais famoso deles para a Pepsi, com o refrão “Só Tem Amor Quem Tem Amor pra Dar“, em plena ditadura dos anos 70. Ah! E compôs uma obra-prima da MPB: “Casa no Campo”, imortalizada por Elis Regina.

Aliás, sobre esta composição, Zé não se conformava com o fato de que, sendo seu maior sucesso popular, as pessoas só o reconhecessem por ela. Toda vez que chegava numa festa ou evento, alguém lhe pedia: “Canta ´Casa no Campo´”. Ao que o bem-humorado Zé comentava: “Acabei virando escravo dessa música”.

Um grande artista! Um grande cara!

1 thought on “Zé Rodrix (1948-2009)

  1. ORLANDO,
    CONCORDO COM TUDO QUE VC ESCREVEU.SEMPRE GOSTEI
    DO ZÉ RDRIX,PRÁ MIM SERÁ SEMPRE UM GRANDE ARTISTA.
    LINDEMBERG
    PARNAMIRIM -RN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *