A indústria criou o “monstro” e agora não sabe o que fazer com ele. Quando foram lançados, no início do ano passado, os netbooks – computadores portáteis menores e mais simples do que os notebooks – eram vistos mais como curiosidade, quase uma brincadeira. Afinal, seu target era o público estudantil e o usuário iniciante, que só quer o computador para mandar/receber e-mails, navegar na internet e mais dois ou três aplicativos básicos. Logo se viu que isso era pura ilusâo: os pequeninos estão se tornando uma pedra no sapato da indústria, ao roubar mercado de seus irmãos maiores.

Estudo divulgado há dias pela Intel mostra que os netbooks já respondem por 16% das vendas mundiais de computadores portáteis – em alguns dos principais mercados europeus, 25%. A empresa que produz chips já vê uma canibalização, ou seja, pessoas que iriam comprar um notebook mudaram de idéia. O chip Atom, por exemplo, rouba mercado do velho Celeron, que equipa os notebooks de preço mais acessível. Tudo isso porque muitos usuários estão descobrindo que podem viver perfeitamente com as funções básicas de um computador. Com a diferença de preços entre as duas categorias de aparelhos, só fica mesmo com o notebook quem precisa de mais robustez e/ou maior velocidade de processamento.

Uma das “vítimas” desse fenômeno até agora vem sendo a Microsoft. Semana passada, o site Computer World dos EUA revelava as preocupações da empresa: a receita da divisão Windows caiu 16% no primeiro trimestre do ano, em comparação com 2008. É que os netbooks geralmente utilizam software livre, ou então o velho XP, pois não têm capacidade para rodar o Windows Vista, bem mais caro, que aliás teve queda de 14% no período. “Não é de interesse da Microsoft que se vendam muitos netbooks”, diz relatório do NPD Group.

E agora, como sair dessa?

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