Quando escrevi aqui ontem sobre a falta de informação do consumidor em relação a equipamentos eletrônicos, ainda não tinha lido duas reportagens que saíram no UOL Tecnologia, sob os títulos “Tire Suas Dúvidas Antes de Comprar uma TV Nova” e “Tire Suas Dúvidas Antes de Comprar um Home Theater”. O leitor desavisado que chegou até o final dos dois textos terá todo direito, depois que fizer suas compras, de reclamar no Procon por “informação enganosa” (claro, esse crime não existe na legislação brasileira, mas bem que deveria).

Os dois textos, além de conter diversas imprecisões, induzem o consumidor a comprar errado, o que considero muito grave. Alguns trechos:

“Home theater” é definido de cara como “as famosas caixinhas que prometem dar mais realismo a filmes e shows…”

“Cada caixa de som tem uma função e uma posição e deve ser ligada conforme as instruções do manual do usuário” – como se sabe, quem fizer isso corre o risco de se enrolar (literalmente) nos cabos.

Sobre a posição das caixas: “As laterais (referindo-se às frontais direita e esquerda) reproduzem a trilha sonora e efeitos especiais sonoros” – ou seja, para ouvir os diálogos você pode desligá-las!!!

“No modelo 7.1, a caixa surround back é separada em dois canais, direito e esquerdo” – como fazer isso? Talvez cortando a caixa ao meio…

“Alguns modelos (de caixas) são dotados de controle manual e individual de volume” – seria o caso, se a matéria se referisse a sistemas modulares, com caixas amplificadas, raríssimas e caríssimas; mas o texto trata apenas dos sistemas integrados.

Sobre TV Digital: “Alta definição é uma tecnologia que vem em cada aparelho, ou seja, som e imagem na mais alta qualidade a partir da TV, sem precisar de um emissor de sinal específico para esta tecnologia”. Certo, é só ligar o TV e a imagem HD está prontinha, lá dentro.

Sobre televisores: “Existem no mercado aparelhos CRT de alta resolução, mas a diferença é que eles não possuem a mesma espessura das TVs de LCD e plasma”. OK, então quer dizer que a imagem de todos é a mesma?

“A taxa de contraste aponta a quantidade de cores que se formam do branco ao preto total”. Sem comentários.

Desculpem a overdose, mas é por essas e outras que muita gente acaba gastando mal o seu suado dinheirinho.

11 thoughts on “A (má) educação do consumidor

  1. Também li a reportagem e confesso que fiquei estarrecido. E olha que me considero um leigo no assunto (no máximo um curioso). Não sei se é para rir ou para chorar. Abraço.

  2. Eu compro a revista hometheater (e casa digital) a uns 10 anos.Uns dias atrás eu li um anúncio de uma loja virtual que o blu-ray player da SONY MODELO BDP-S300, fazia leitura de disco HD-DVD, entrei em contato com loja por e-mail informando que o aparelho que está sendo anunciado não ler HD-DVD, e que o HD-DVD perdeu a disputa para o blu-ray, a loja me agradeceu por e-mail pelo o aviso, porém não corrigiu o erro.EU ja li alguns cometário sobre home theater na internet que deixa a deseja. Eu sei muito pouco,mas para aquele que não sabe nem um pouquinho joga seu dinheiro fora. boa tarde!!

  3. Muitas pessoas acabam comprado tv’s baseado nas imagens mostradas nas lojas e chegando em casa tem a ingrata surpresa ao ligar o equipamento e a mesma nao fornecer a qualidade esperada.
    Tv’s lcd com entrada HDMI com home theater sem saida HDMI. O vendedor nao se preocupa em fornecer o melhor para o cliente, como se fosse a unica vez que o mesmo fosse adquirir eletronicos.

  4. É no mínimo ruim ver que veículos de comunucação, que deveriam prover conhecimento, se prestam a publicar matérias que confundem e em nada esclarecem o consumidor. Mais um bom motivo para escolher bem aonde se busca informações.

  5. À medida que novas tgecnologias surgem, fica cada vez mais claro a importância da educação do consumidor em relação ao uso da tecnologia, como mais um passo a ser dado para o amadurecimento do MERCADO. O consumidor mau informado, frustrado pelo resultado obtido, desiste de investir em tecnologia de ponta. Temos observado fabricantes que investem muito em outros paises na informação do consumidor, mas pouco fazem no Brasil, e acredito que estes fabricantes, pelos recursos disponíveis e pela necessidade de competição, podem implantar mais facilmente ações de infomação e educação do consumidor. Fica aí a sugestão.

  6. O maior problema realmente é a falta de informação…
    Mas sugiro uma edição neste seu post a fim de otimizar seu foco (informações incorretas na fonte supracitada) e atingir quem tem a maior necessidade de saber deste ótimo post: O público desinformado / não conhecedores.

    Senão este público vai acreditar em frases como esta “Sobre televisores: “Existem no mercado aparelhos CRT de alta resolução, mas a diferença é que eles não possuem a mesma espessura das TVs de LCD e plasma”. OK, a imagem de todos é a mesma!”
    , como sendo uma afirmação e não olhar da ótica do “Saraiva” (
    – Senhor, quer que eu ponha a pizza na mesa?
    – Não, coloca ela bem no meio do cheio, adoro comer pizza no chão
    ) rssssssss.

  7. Parece que os meios de comunicação não querem informar direito ao consumidor. Talvez por compromisso com anunciantes que precisam desencalhar seus produtos superados tecnologicamente pelas novas gerações. Ex: TV Ready versus FullHD. Este último versus o ele mesmo com decodificador, Set-top-box para TVs analógicas (CRT) versus para TVs digitais(plasma/LCD). DVD’s progressive scan versus up-scaling e esse versus blu-ray. Amplificadores analógicos e digitais (com sintonizador p/ captação de sinal digital de estações. Não explicam, por exemplo quanto de qualidade um TV ready dá quando recebendo sinais digitais de transmissão 1080i ou 1080p das estações e se vale à pena adqui-los quando se quer melhor qualidade (leia-se) quantidade de pixels.
    Deveria haver uma propaganda governamental que explicasse didaticamente esses graus de tecnologia.

  8. Sou leitor da revista HOME THEATER. Observo que o consumidor chega à loja para comprar um equipamento, como, uma TV, seja full-hd ou hdtv. Ambas tem imagens espetaculares, levando em conta a definição da full-hd que é um pouco acima. A maioria dos consumidores não são preparados para esta compra. Ao ver a TV ligada com bons equipamentos, o consumidor se empolga e faz a compra. Chegando em casa, ele quer o mesmo retorno, ou seja, a mesma imagem, más os equipamentos não correspondem a altura . Exemplo: dvds de péssima qualidade, cabos inadequados e outros problemas. Assim não há 1080 linhas que possa fazer milagre.

  9. Este fato é a simples decência de se deixar muito claro a respeito de certos “profissionais”, o mercado leva o consumidor a um caminho, informando que a tecnologia de Plasma são modelos ultrapassados, que os LCds em full HD são o que há, pois as transmissões são feitas em 1080(?), o que? I ou P? Sempre deixo claro aos meus clientes que digital é fiel, o que se envia de informação é o que se obtem de resposta, ou seja, conexão boa=imagem excelente, tecnologia de ponta=imagem excelente, e ainda tem operadora de TV, batento o pé com o consumidor informando que a sua informação já é Digital, e ai esclarecemos que existe diferença entre ser Digital e ser Digital em Alta Definição…atentem e peneirem informações.

  10. Chocados? Passem por clientes e vão fazer perguntas nas grandes lojas de magazines! Ouvirão cada bobagem. Depois perguntem porque as fábricas nacionais preferem vender quantidade e não qualidade.

  11. certa vez perguntei a um montador de antenas parabolicas porque eu naõ conseguia sintonizar em meu equipamento em stero ,tive varios modelos de recpitor de parabolica ,ele me trespondeu que era muito simples era só mutilizar um cabo (y) aquele com 2 rca numa ponta e 1 na outra , que eu teria som sterio no meu equipamento de som, depois dessa eu nem me atrevo a perguntar nada lojas de esquina , eu não sei mais eles sabem bem menos

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