ABRE COMPARATIVOA última edição da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL, que está nas bancas, traz uma reportagem que, até onde sei, é inédita no Brasil: um teste comparativo de qualidade de imagem entre todas as fontes de sinal de alta definição disponíveis atualmente. A saber: discos Blu-ray, TV Digital aberta, TV a cabo HD e TV HD via satélite. Para usar como referência, usamos ainda na comparação imagens de discos DVD convencionais e da TV Digital em resolução standard. Embora estejamos falando desses temas há pelo menos uns dois anos, acredito que nunca se chegou tão perto de uma comparação real, com as imagens colocadas lado a lado e (muito importante) utilizando equipamentos e acessórios de referência, inclusive cabos de alto padrão, que fazem muita diferença.

Bem, não há espaço aqui para entrar nos detalhes dos resultados, que estão lá nas páginas da revista para quem quiser conferir (e até questionar, se for o caso). Mas aos poucos iremos dissecando as conclusões de nossa equipe, até porque esse é o tipo de avaliação que nunca termina: está sempre sendo reciclada e aperfeiçoada. Uma de nossas preocupações foi, de cara, desfazer a eterna dúvida que ainda paira entre muitos usuários e até profissionais do mercado: afinal, o que é, exatamente, alta definição. Sabe-se, na teoria, que o Blu-ray é a única mídia capaz de oferecer resolução de 1920 pixels x 1080 linhas em processamento progressivo (comumente chamada “1080p”). O que as emissoras exibem como “alta definição” é um pouco diferente: 1920×1080, mas em processamento entrelaçado (“1080i”). Conseguimos, nos testes, enxergar essa diferença – mas reconheço que não é fácil, pelo menos para o usuário leigo.

Evidentemente (e já sabíamos disso antes de iniciar a comparação), a imagem de um filme em Blu-ray é superior em nitidez e profundidade, mas nem tanto na intensidade de cores. O segredo está na taxa de transferência, medida em megabits por segundo. A TV Digital trabalha na faixa entre 15 e 19Mbps, enquanto o Blu-ray atinge 48Mbps! Essa diferença de quase três vezes se traduz em muito melhor detalhamento da imagem e no contraste mais refinado. Usamos na avaliação basicamente dois filmes bem conhecidos: “Harry Potter e a Ordem de Fênix” e “Casino Royale”. Aproveitamos o fato de que ambos estavam sendo exibidos pela TV paga na época dos testes. Gravamos os filmes nos decoders HD da Net e da Sky e comparamos cenas escolhidas com as respectivas versões em Blu-ray.

Um detalhe fundamental (na verdade, mais fundamental do que parecia à primeira vista) é o papel desempenhado pelos decoders nesse processo. As operadoras de TV paga – assim como as emissoras abertas – utilizam softwares de compressão do sinal (os chamados codecs) que são decodificados pelo receptor instalado na casa do assinante. A qualidade do sinal que se vê na tela depende muito do desempenho tanto desses softwares quanto dos receptores. Já o sinal gravado no disco Blu-ray também é comprimido, e o player tem a função de decodificá-lo. Portanto, a qualidade final vai depender essencialmente dessas duas variáveis: o tipo de transferência utilizada na produção do disco (na passagem do filme em película para a mídia digital) e o desempenho do decoder embutido no player.

Bem, por ora fico por aqui. Recomendo a todos a leitura do teste comparativo e, claro, os comentários a respeito serão muito bem-vindos. O que posso dizer  é que esse tipo de trabalho, além de inovador e extremamente gratificante, nos abre a cabeça para outras avaliações que faremos no futuro. Aguardem.

3 thoughts on “Blu-ray e HDTV: as diferenças

  1. Realmente um trabalho excelente, meus parabéns ao Ricardo Marques.

  2. Como assinante da revista, fiquei muito satisfeito com a matéria, pois é bastante esclarecedora. Muitas dúvidas que tinha foram elucidadas pela equipe, que está de parabéns pela qualidade do material apresentado.

  3. Apesar de não ter lido o artigo ainda, mas em vias de fazê-lo, gostaria de parabenizar este tipo de matéria que muito acrescenta e esclarece ao consumidor. Mais do que o informativo do tipo “vitrine”.
    Tenho certeza que será uma leitura agradável e bastante útilo.
    Obrigado e parabéns.
    Marcelo (leitor da revista)

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