Recorro mais uma vez ao excelente site Tela Viva, o melhor do País quando se trata de TV paga, e ao competente Samuel Possebon, para reproduzir aqui os mais recentes dados estatísticos do setor. Vejam que interessante: no ano passado, a audiência dos canais pagos no Brasil caiu significativamente. Em 2007, assistiam a esses canais 30,17% das pessoas que possuem assinatura de alguma operadora; em 2008, o índice baixou para 24,48%; agora em 2009, tomando por base a situação em junho, o percentual voltou a subir: 27,18%.

Essa estatística, notem bem, considera apenas as residências onde há um receptor de TV paga. Ou seja, na média dos últimos três anos, menos de 30% dos assinantes de fato vêem os canais que pagam para assistir; a maioria vê mesmo os canais abertos (67,5% do total), e há também uma quantidade não determinada de assinantes que fazem outras coisas com seu televisor (como ver filmes em DVD, navegar na internet ou jogar videogame, por exemplo). Na verdade, a lebre havia sido levantada por outro jornalista especializado na área, e igualmente competente (Daniel Castro, da Folha de S.Paulo), que teve acesso a uma pesquisa da empresa PTS e deu em destaque: a audiência da TV paga já perde para aquilo que o Ibope chama de “outros aparelhos”. A saber: DVD, videogame e internet (quando o computador está conectado ao TV).

Os números são realmente preocupantes para as operadoras e programadoras de TV por assinatura. Indicam que, de cada 100 telespectadores, 88,2 assistem a TV aberta, enquanto 6 estão usando os “outros aparelhos” e somente 5,8 estão vendo canais pagos. É muito pouco, convenhamos. A conclusão é que o setor só cresce porque está oferecendo os pacotes triple-play (TV+internet+ telefone).

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