carcópiaFui trocar de carro e a primeira coisa que a vendedora me falou, antes de explicar as qualidades do motor, foi que tinha Bluetooth. Isso mesmo: o carro “conversa” com seu celular ou player MP3, de tal modo que você pode falar ao telefone dirigindo sem necessidade de usar sequer fone de ouvido. Bem, talvez algum leitor venha me dizer que isso já não é mais novidade. Como o GPS, o computador de bordo… OK, OK, já sei que essas coisas estão ficando comuns. Mas completamente diferente é a sensação de, ao escolher um carro, você ter que analisar primeiro os itens “de conforto”, que é como os fabricantes chamam esses recursos ligados a áudio, vídeo e conectividade, e não propriamente se o motor é potente, se tem estabilidade nas curvas, quanto consome de combustível etc.

Dá pra entender. Numa cidade como São Paulo, onde passamos duas, três ou quatro horas por dia dentro do automóvel, essas inovações acabam sendo quase tão importantes quanto saber se o carro não vai te deixar na mão no meio da rua. Além da já conhecida paranóia com a segurança (travas diversas, não sei quantos airbags, vidros tão escuros que você não sabe se tem alguém dentro), estamos sendo apresentados à geração de carros desenhados para o feliz morador de uma mega-metrópole.

A conexão para iPod virou item de série, pelo que entendi. O volume de áudio pode ser regulado para aumentar ou diminuir automaticamente, conforme diminui ou aumenta a velocidade do veículo. O número de equalizações disponíveis é de perder o fôlego – embora o manual do proprietário diga que você pode escolher a mais conveniente para cada tipo de música que ouve, vai ser difícil lembrar de todas elas enquanto dirijo. E a qualidade geral do som nem se compara com a do carro que eu tinha antes, comprado há quatro anos atrás, ainda mais porque quase não ouço o ruído do motor.

Ah! Sim, o carro também tem freio, acelerador, direção, câmbio, faróis e outras besteiras como essas.

Em tempo: a foto é apenas ilustrativa. Esse não é o meu carro, nem é o dono que está ao volante.

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