cqcUma das melhores idéias dos últimos anos foi a campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania“, criada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e por algumas entidades civis. O objetivo é desestimular as empresas a patrocinarem programas de televisão que trazem como maior atrativo a apelação. A próxima quarta-feira, 21 de outubro, foi também instituída como “Dia Nacional contra a Baixaria na TV”. Para promover a iniciativa, os deputados decidiram criar um prêmio para os melhores programas, ou seja, aqueles onde presumivelmente não há baixaria. A votação foi feita pela internet e, segundo o site Comunique-se, apenas 300 pessoas participaram – considerando a quantidade dos que assistem televisão no País, é uma prova de que bem pouca gente está interessada em discutir o assunto.

De qualquer modo, estes foram os cinco programas mais votados: CQC (Rede Bandeirantes), Altas Horas (Globo), Observatório da Imprensa (TV Brasil), Roda Viva e Castelo Rá-Tim-Bum (ambos da TV Cultura-SP). Ainda dá tempo para votar, a eleição termina neste domingo. Bem, não sou especialista no assunto porque assisto pouco televisão aberta. Mas algumas observações me vêem à cabeça ao ver esses finalistas. Com exceção dos dois primeiros, todos são de emissoras públicas, o que indica uma distorção no perfil dos votantes (devem ser todos fãs desses canais). Outra: tirando o excelente Castelo Rá-Tim-Bum, todos os finalistas vão ao ar tarde da noite (dá a impressão de que o pessoal só assiste TV nesse horário). Também fico pensando por que programas da TV paga não entraram na lista. Será que essas pessoas só assistem TV aberta?

E, claro, como em toda lista desse tipo, a polêmica é inevitável. Premiar o CQC numa eleição que é contra a baixaria só pode ser motivo de riso, como lembra bem um leitor do Comunique-se, que condena os palavrões e as piadas preconceituosas do programa. É assim que se mata uma boa idéia.

3 thoughts on “Baixaria na TV: os menos piores

  1. Quem não ria de Sai de Baixo? Quem não se comportava como indiano e até falava alguns termos recentemente diante daquela bobagem da Globo? “Na hora de odiar, ou de matar, ou de morrer, ou simplesmente de pensar os homens se aglomeram. A opinião unânime está a um milímetro do erro, do equívoco, da iniqüidade. Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”

  2. Acho que além da baixaria, a tv no Brasil deveria se pressionada também a ser mais criativa. Como se já não bastassse toda porcaria enlatada que agente copia lá de fora (big brother e cia) as produções da tv tupiniquim estão agora copiando a si mesma. Vide esse programa “Custe o que custar”, que é uma cópia descarada do “Pânico na tv”. Inclusive, na própria Rede tv, tem um programa do Supla, que copia também o gênero do Pânico.
    Olha, sinceramente viu?! Ainda bem que eu tenho internet, livros e revistas especializadas. Acho que quando agente lê (criteriosamente, é claro!), nossa mente fica tão aberta que fica difícil aceitar qualquer coisa. Isso porque nossa mente ao invés de ficar “hibernando”, como um computador sem uso, ela fica on-line o tempo todo.
    Mas eu já fale sobre isso aqui outro dia. Pra haver um malandro, tem que haver um otário. Enquanto existir gente burra, que, como disse o Gabriel, “não enxerga um palmo à sua frente” pra consumir esse lixo (como se fossem porcos chafurtando na lama “midiática”) ele vai continuar a existir.

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