Segunda-feira à noite, Aeroporto de Cumbica, em São Paulo. Hora de viajar de novo. Incrível, mas parece que milhares de pessoas tiveram a idéia ao mesmo tempo. São centenas se atropelando diante dos balcões das companhias aéreas. Tudo lembra um grande piquenique, com direito a doces, salgadinhos e até hambúrgueres passando de mão em mão pelas filas. Chega a ser divertido no começo, mas depois de uma hora esperando pelo bendito check-in, não tem mais graça nenhuma. Ainda que você esteja na ala da primeira classe – não é o meu caso. Aliás, apesar da pose, as diferenças de comportamento entre as pessoas da tal primeira classe e as das classes, digamos, normais não são assim tão marcantes.

De repente, alguns metros a minha frente na fila, percebo uma família inteira rumo ao check-in. São umas seis ou sete pessoas, incluindo crianças e idosos. Será que vão todos embarcar? Não, quem viaja é apenas um casal; os demais estão ali apenas para se despedir. Inútil argumentar que todos ganhariam mais se as despedidas fossem feitas antes, na entrada do aeroporto, ou quem sabe até no portão de casa mesmo. Ninguém precisaria enfrentar congestionamento, confusão, o tumulto seria bem menor. E a sala de embarque seria mais civilizada…

Chegando no aeroporto de Houston, entrada para os EUA, nova fila – agora para mostrar o passaporte e explicar ao fiscal da alfândega americana os motivos da viagem, quanto tempo iremos ficar no país deles, qual o endereço do hotel etc. Isso, depois de terem revistado todas as nossas malas na saída de Guarulhos. Mais uma horinha de espera (incrível que nesses momentos os fiscais parecem ser os únicos que não estão com nenhuma pressa). A diferença é que, devido às ameças de atentado, a fiscalização é mais rígida. E nos EUA a coisa é sempre mais organizada. Ninguém fura fila, o que no Brasil (e em Portugal, como testemunhei recentemente) parece ser a regra. Mesmo assim, com muita gente indo viajar de férias, o clima é de uma bagunça bem tupiniquim. E, só pra variar, as conversas giram em torno de compras. A maioria seguirá para Miami, Orlando ou Nova York, de olho no valor “baixo” do dólar e nas promoções pós-feriado das lojas nessas cidades.

Normal. Para voltar com a mala cheia de bugigangas vale a pena até enfrentar as filas e o mau-humor dos fiscais.

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