Reportagem da última sexta-feira no jornal inglês Financial Times, um dos mais respeitados do mundo na área de economia, analisa por que a Samsung tornou-se o maior fabricante mundial de eletrônicos, superando a americana HP. Os números oficiais indicam vendas de US$ 117,8 bilhões em 2009, contra US$ 114,6 bi da concorrente, com previsão de chegar a US$ 127 bilhões este ano. A empresa informou aos acionistas que saiu da crise no quarto trimestre de 2009, voltando a ter lucro. E, de acordo com a agência especializada Bloomberg, deverá atingir no próximo ano fiscal (que começa em abril) um lucro líquido mais alto do que todas as 15 maiores empresas japonesas do setor, somadas.

É bom lembrar que esses números não se devem às vendas de televisores e aparelhos eletrônicos em geral, mas principalmente aos chips. A Samsung é o maior fabricante mundial desse componente, e tem em sua carteira de clientes nada menos do que Apple e Nokia, entre outros gigantes. Ela própria (Samsung) é vice-líder no segmento de celulares, atrás apenas da companhia finlandesa. O que não deixa de ser um problema, pois acaba competindo com seus próprios clientes. O jornal lembra ainda que, apesar do recorde em vendas, as margens da Samsung são bem mais baixas do que, por exemplo, as da Apple.

De qualquer forma, o FT também reconhece que já ficaram bem para trás os tempos em que os produtos da Samsung e das demais empresas coreanas eram considerados meras cópias dos japoneses. E, numa prova de que esse sucesso é incontestável, revela algo que eu mesmo não sabia: hoje, 48% das ações da empresa coreana estão nas mãos de investidores não coreanos. Portanto, trata-se de uma multinacional, com todas as letras.

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