Se depender dos fabricantes de televisores, a interatividade na TV Digital brasileira não sai tão cedo. Apesar dos esforços de algumas emissoras – especialmente a Globo – para criar alternativas que viabilizem o middleware Ginga, é unânime entre representantes da indústria que não há modelo de negócio viável para o serviço. As últimas reuniões do Fórum da TV Digital têm reforçado as divergências a respeito.

Basicamente, os fabricantes não querem arcar com os custos que a mudança vai gerar. Os aparelhos teriam que receber mais memória e novos processadores, o que provavelmente se refletiria no preço final ao consumidor. Para as emissoras, a adoção da interatividade seria relativamente fácil. A Globo, por exemplo, tem vários modelos prontos para usar nas transmissões de futebol, inclusive na Copa do Mundo, o que lhe geraria novas receitas publicitárias. A idéia, segundo o site Tela Viva, seria implantar no Ginga um código de IPTV, o que permitiria inserir sinal de vídeo nas aplicações interativas.

Mais uma reunião está marcada para hoje, segunda-feira, tentando chegar a um consenso e definir uma campanha de divulgação para o Ginga. Uma proposta conciliatória seria criar dois tipos de Ginga: um básico, semelhante ao Profile 1.0 do Blu-ray, e outro avançado (2.0), que incluiria todas as novas possibilidades. Mesmo assim, permanece a questão de “quem paga a conta”. Vamos ver no que dá.

Segundo o Tela Viva, existe até o temor de que o Ginga seja adotado primeiro na Argentina, que apenas recentemente definiu seu padrão de TV Digital. Seria um vexame para o Brasil.

1 thought on “Ginga segue o rumo do Blu-ray

  1. Orlando:sou pessimista quanto à implantação do Ginga pois existem muitos interesses conflitantes envolvidos.Conhecendo a política do Brasil como conheço,espero estar errado,mas duvido que um dia teremos o Ginga em ação…

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