Não pude escrever na semana passada sobre o lançamento do iPad, mas se o fizesse iria dizer exatamente o que digo agora: vai ser um sucesso, apesar das previsões em contrário. Hoje, a Apple divulgou que vendeu 300 mil unidades somente no primeiro dia (sábado), com projeções de especialistas beirando os 5 milhões até o final do ano. Para dar uma idéia do que isso representa, basta lembrar que o iPhone vendeu, em seu dia de estréia, há três anos, 270 mil unidades – e hoje está na casa de 42,5 milhões.

Mas um outro número talvez seja mais apropriado: a Apple já registrou um total de 3.100 aplicativos para o iPad. Somem-se os mais de 300 mil já disponíveis para o iPhone, que o iPad também lê, e já temos o cenário montado para mais uma bola dentro de mr. Steve Jobs. Nesse ramo da indústria, independente da máquina, são os chamados apps que fazem a diferença. São eles que justificam (ou não) a compra.

Nos últimos dias, a discussão vem sendo se vale a pena comprar um produto do qual, na prática, ninguém precisa. De fato, ao contrário do celular e do computador, todos nós podemos tranquilamente viver em um tablet. Mas, no fim de semana, vi na televisão uma reportagem sobre as filas em frente às lojas dos EUA, em que perguntaram a um rapaz por que ele estava ali há tantas horas esperando para comprar o seu iPad. Resposta: “Sou applemaníaco. Se Steve Jobs começar a vender legumes, estarei lá para comprar”. A isso se pode chamar de culto à marca. É um longo processo, iniciado lá atrás, nos anos 80, quando Jobs pôs na cabeça que seus computadores seriam os melhores do mundo. Conheço pessoas que simplesmente não admitem usar outra marca, por mais que haja críticas à Apple.

No caso do iPad, critica-se, por exemplo, a falta de uma webcam embutida, hoje item comum nos notebooks; ou a incompatibilidade com o formato Flash dos vídeos que circulam pela internet; ou ainda o tamanho, grande para ser carregado por aí. Se esse tipo de queixa se multiplicar, acreditem: as novas versões do iPad – que certamente haverá – vão dar conta de tudo isso. A meu ver, as dúvidas surgem porque as pessoas acreditam que o iPad é um concorrente dos netbooks e/ou dos smartphones, quando trata-se de uma nova categoria de produto. Um computador é usado basicamente para se trabalhar (ou estudar); um smartphone é – como diz o próprio nome – um “telefone inteligente”, cuja principal finalidade é fazer e receber ligações.

Já o iPad é um leitor eletrônico, desenhado para a leitura de livros, revistas e jornais. Para diferenciá-lo dos concorrentes, a Apple decidiu acrescentar o acesso à web, a exibição de fotos e vídeos e a capacidade de rodar games. Não está bom?

1 thought on “E a Apple conseguiu de novo!

  1. Caro Orlando,

    Torço para que ver, em breve, um belo app da HT. E também formatado para o iPad, claro!

    Abs

    Julio

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