Por falar em futebol, agora que Copa do Mundo acabou (sim, para grande parte dos brasileiros, só vale enquanto a nossa seleção está presente), fica mais fácil analisar o comportamento da mídia – e das pessoas em geral – em relação a esse evento. Claro, não vou me estender em análises, que não cabem aqui, mas quero recomendar a todos o artigo do professor Pasquale Cipro Neto, publicado na Folha de São Paulo de ontem. Foi o comentário mais lúcido que li a respeito da derrota brasileira.

Não torci pela seleção; aliás, deixei de fazê-lo desde a Copa de 1990, quando ficou claro que, para quem comanda o futebol brasileiro, os fins justificam quaisquer meios. Torço quando o time merece, coisa que mais uma vez não aconteceu na África do Sul. E torci menos ainda ao ver o discurso autoritário e falsamente patriota de Dunga, Jorginho e sua turma. Infelizmente, vejo que muitas pessoas, inclusive amigos meus, acreditaram que Kaká, Robinho e os demais garotos mimados vestidos de azul e amarelo estavam lá defendendo o País, e não suas próprias carreiras e contas bancárias. Caíram todos, que quase sempre é o que acontece quando se tenta misturar futebol (que é apenas um jogo milionário, nada mais) com os interesses do País.

Pelo menos, serviu para nos livrar de Dunga. Quem será o próximo?

1 thought on “Os garotos mimados

  1. Concordo em gênero, número e grau. Estamos livres também das vuvuzelas nacionais, do Chatão Bueno e, principalmente, do histérico patriotismo ufanista que toma conta da população nessa época. Quem desejar fazer uma análise da catarse coletiva pró-nazista na década de 30, tem na torcida brasileira em época de copa um excelente material de estudo. É assustador, de uma hora para outra racionalidade e senso crítico são colocados para escanteio, e ai de quem não embarcar no movimento de manada.

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