Pouca gente deu bola, talvez por acharem mais um golpe de marketing, mas o fato é que a declaração do empresário Eike Batista ao jornal O Estado de S.Paulo, na semana passada, anunciando uma montadora da Apple no Rio de Janeiro, tem fundamento. Emissários do homem mais rico do Brasil estão, sim, conversando com as taiwanesas Wintek e Quanta, que atualmente fabricam a maioria dos produtos Apple. Claro, são conversas preliminares e precisarão passar ainda pelo crivo da própria Apple, que como sabemos não é lá muito amiga do Brasil.
Meses atrás, comentamos aqui a notícia – publicada em O Globo – de que Steve Jobs havia recusado proposta do governador Sergio Cabral para montar uma loja no Rio, com incentivos fiscais. O motivo seria o absurdo sistema tributário brasileiro, que não tem similar no mundo. Agora, a coisa é diferente. Se há alguém no País com cacife para bancar uma marca como a Apple, esse alguém é Eike Batista. Além de todo o dinheiro que tem, ele ainda conta com muitos amigos no governo, incluindo seu “consultor” José Dirceu.
Apesar disso, eis aí um projeto que seria ótimo para o País. A montadora Apple faria parte do complexo portuário do Açú, no norte do Estado, onde a LLX, uma das empresas de Eike, está construindo um megaempreendimento industrial. O empresário deu ao jornal uma frase que está na boca de todo brasileiro: “Por que nós aqui temos que pagar duas vezes e meia o preço de um iPad”?
O empreendimento todo custará, segundo o Estadão, R$ 4,3 bilhões. Mas é mais fácil acontecer isso do que vermos a queda dos impostos, que seria um caminho natural para termos preços decentes no País. Ou não?
Orlando, que fiquemos de olho neste senhor X. No meu ponto de vista tenho plena convicção que isto tudo não passa de uma bola de neve, utilizando recursos do BNDES. Estas empresas X são uma bola de fumaça para desviar recursos públicos sob vista grossa e complacência das autoridades. Isto sempre foi assim, porque agora, nesta administração corrupta, vai ser diferente? Os exemplos estão aí: Trem Bala et all…