Várias publicações especializadas em informática já trataram do assunto, mas ainda encontro muita gente na dúvida: será que vale a pena comprar um tablet, seja o iPad ou algum dos novos concorrentes? E como escolher? Quais seriam os critérios?

A abordagem mais interessante que encontrei até agora foi do site americano PC Mag, herdeiro da célebre revista PC Magazine. Diz lá o redator que a primeira pergunta a ser feita pelo consumidor é: “Será que eu preciso mesmo de um tablet?” Como se sabe, milhões de pessoas, incluindo milhares de brasileiros, correram às lojas para comprar o seu, muitas delas sem sequer saber para que exatamente serve um tablet? Melhor para Steve Jobs e a Apple, que criaram essa nova categoria de produto e – só pra variar – lideram o segmento com enorme folga.

Baseado em minha experiência e no que tenho ouvido de usuários e especialistas, aí vão minhas dicas:

1 – Pense, sim, na questão aí de cima: será que você precisa mesmo de um tablet? Já tem notebook? Smartphone? Câmera? Filmadora digital? Costuma viajar muito? Gosta de ler e/ou jogar on line? Tendo as respostas para essas perguntas, passe então para o item 2.

2 – Um tablet traz algumas das funções de um notebook e algumas de um celular sofisticado (ou smartphone). Mas não deve ser confundido com nenhum dos dois. Sua finalidade é outra. Você não vai conseguir armazenar num tablet todos os arquivos e programas que normalmente carrega em seu computador. E também não vai se sentir confortável usando-o como telefone, a não ser em situações muito específicas (viajando de ônibus ou de trem, por exemplo). Mas isso nos leva ao item 3.

3 – Em sã consciência, você teria coragem de andar pela rua mostrando a todo mundo seu tablet? Ou dentro de um ônibus? Até mesmo em seu carro? Não em São Paulo, Rio ou qualquer outra grande cidade, certo? Infelizmente, no Brasil um tablet só tem utilidade em ambientes fechados. Dá, por exemplo, para levar ao sítio ou à casa de praia no fim de semana, e aí, sim, pode ser uma grande diversão.

4 – O iPad pesa cerca de 700 gramas, com sua tela de 9,7 polegadas; o Galaxy Pad, da Samsung, com 7″, é mais leve; e a maior parte dos modelos que vêm aí está dentro dessa faixa. Mais do que 10″ vira um estorvo para carregar; e menos do que 7″ fica pouca coisa maior do que um celular. Essas considerações – peso e tamanho de tela – são fundamentais para saber se você irá se adaptar com o uso diário de um tablet. Depende muito de seu estilo de vida.

5 – Existem tablets que utilizam a conexão WiFi e os que oferecem também a conexão 3G, dependendo de uma operadora. O ideal é contar com ambas, para ter maior autonomia, mas lembre-se que para ter 3G você precisará investir num plano igual ao de um celular. Então, só se justifica se você for usar bastante o aparelho. E, naturalmente, vale a pena consultar sua operadora sobre as condições oferecidas, antes de decidir comprar.

6 – Também há modelos de tablets variando a capacidade de memória, entre 16, 32 e 64GB. Claro, quanto mais melhor. Aqui, é preciso calcular o famoso custo-benefício.

7 – Câmera no tablet? Para que mesmo? Sinceramente, acho meio ridículo sair por aí tirando fotos com esse, desculpem a palavra, monstrengo. Não há como ter agilidade ou firmeza, pois ergonomicamente fica claro que o tablet não foi desenhado para isso. Em todo caso, o sucesso do iPad 2 e o frisson causado por seus concorrentes já lançados no Exterior – como o Motorola Xoom e o Dell Streak 7 – me desmentem: muita gente gosta de tirar fotos com um tablet! E, a bem da verdade, a câmera (ou câmeras – podem ser duas) do tablet é útil para fazer chamadas com vídeo via Skype, ou até participar de videoconferências, como muitos fazem em suas empresas.

8 – Não vou falar sobre preço, até porque sabe-se que muita gente está trazendo seu tablet na mala – e as lojas da Apple, principalmente nos EUA, vivem lotadas de brasileiros. Claro, comprando lá fora o preço é bem mais baixo, e a Apple é um dos raros fabricantes que oferecem garantia mundial para seus produtos. Mas é importante lembrar que o sistema iOS da Apple tem alguns problemas de incompatibilidade com computadores que utilizam Windows. Se você já tem um iPhone, deve ter notado isso. Se não tem, procure checar com alguém que tenha. Pode lhe poupar boas dores de cabeça.

9 – Por fim, voltamos àquela pergunta: para que serve mesmo um tablet? Bem, você pode colocar nele centenas de livros em formato eletrônico, fotos, vídeos, trabalhos escolares ou profissionais, apresentações em PowerPoint, planilhas. Com a tela touchscreen, fica bem mais fácil e confortável navegar por todos esses conteúdos. Pode, é claro, enviar/receber emails, navegar por suas redes de relacionamento e pela internet em geral. Com um fone de ouvido, pode também usá-lo para reproduzir música. Já chega, não? O que mais pode-se querer de um aparelho?

Com tantos recursos, é bem provável que você chegue à mesma conclusão de tanta gente: sim, eu preciso de um tablet!

8 thoughts on “Como comprar um tablet

  1. O artigo está excelente. Me ajudou a realmente decidir se quero um tablet. E sim quero. Porém, agora sei exatamente para que eu quero. Obrigada. E sucesso nas postagens. XXOO

  2. Explanação simples, clara e decisiva. Não me encaixo no perfil de usuário de tablet. Muito obrigada.

  3. olá Orlando. Muito interessantes seus comentários. Gostaria de saber se você poderia a esclarecer algumas dúvidas. Primeiro: estou certo que comprando nos EUA o samsung galaxy 8.9 com tecnologia GSM consigo usar o aparelho no Brasil. Mas há a opção “original de fábrica” para configuração do aparelho para uso em português? Outra questão: o GPS “funciona” no Brasil, ou seja, tem mapas do Brasil? Nesse caso, pode-se utilizá-lo em português?

  4. Olá Melônio, que eu saiba somente a Apple oferece essa facilidade. O Galaxy comprado nos EUA estará configurado para uso em inglês. Mas imagino que você possa atualizá-lo na loja de aplicativos da Samsung, assim como o GPS. Abs. Orlando

  5. olá, tenho uma filha de 15 anos e gostaria de comprar um tablet, para era… queria um no valor de 700,00 a 1000,00… vc sugere algum? agradeço se puder me orientar e quanto mais barato melhor, mas gostaria de algo bom, de qualidade, pode ser de 7′.

  6. Olá Fernando,obrigado pela msg. Não sei quanto aos preços atuais, mas sei que é difícil encontrar produtos bons abaixo de R$ 1.000. Tablets ainda são aparelhos sofisticados e, portanto, caros. Os muito baratos costumam durar pouco, e esse tipo de produto na prática não tem conserto, ou seja, se der defeito você terá que comprar outro. Tudo depende do seu nível de exigência e de como sua filha irá usá-lo. Se for só para coisas básicas – trocar mensagens, ver fotos, ler textos – pode compensar um produto barato; caso contrário, sinceramente, não recomendo. Abs. Orlando.

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