Volta e meia o governo dos EUA muda sua política de fiscalização de fronteiras. Chamam a isso de “defesa da segurança nacional”. Nos aeroportos, turistas ou viajantes em missão profissional, inclusive americanos, frequentemente são submetidos a um ritual nada agradável de checagem de seus aparelhos eletrônicos, especialmente laptops. Já houve milhares de casos em que os fiscais simplesmente confiscaram os aparelhos e só foram devolvê-los semanas depois.

Agora, a revista Wired denuncia mais uma virada nessa política, só que partindo não do governo, mas da Justiça americana. A partir de um caso criminal (um homem acusado de pedofilia teve três laptops apreendidos, onde as autoridades encontraram inúmeras fotos de crianças nuas), juízes decretaram que os agentes em serviço nos aeroportos podem confiscar qualquer equipamento eletrônico de um viajante, ainda que sem mandado judicial. Segundo a revista, isso já aconteceu mais de 6.500 vezes desde outubro de 2008, mas sem cobertura legal. Agora, passa a ser permitido.

Num momento em que se discute tanto a privacidade das pessoas, essa ameaça contra o cidadão comum certamente será questionada. Até porque, ainda segundo a Wired, as autoridades não estão lá tão preocupadas com pornografia, e sim com vazamentos do tipo WikiLeaks. Devem achar que muitos segredos de Estado são transportados nos laptops dos passageiros.

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