Na mesma semana em que tivemos o inacreditável caso do livro que ensina português errado a estudantes de escolas públicas, com financiamento do próprio Ministério da Educação, foi divulgado um impressionante estudo da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Revela um dos aspectos mais preocupantes desse mercado atualmente: de um total de 460 mil vagas oferecidas por faculdades ligadas à área de Tecnologia da Informação, somente 85 mil estudantes concluem os cursos.

Há várias razões para esse grau de evasão, mas as principais, segundo Sergio Sgobbi, diretor da entidade, seriam a falta de base em matemática e de perfil para a carreira. O Brasil investe em educação básica cinco vezes menos do que a média dos países europeus, mas gasta 20% mais na educação superior. Não é à tôa, portanto, que o déficit de profissionais qualificados no setor de T.I. é estimado em 92 mil para este ano e – se tudo correr bem – 200 mil em 2013.

Ou seja, de pouco (ou nada) adianta criar mais e mais faculdades para ensinar tecnologia a quem mal sabe fazer contas. E, estendendo o raciocínio ao ensino do Português, é inútil querer estimular a leitura em quem aprende, desde cedo, que falar errado não é problema.

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