Lembro que certa vez, viajando de trem pelo Japão, me surpreendi com uma discreta placa no vagão: “Por favor, seja discreto ao falar pelo celular”. Nem precisava: japonês já é discreto por natureza; talvez a placa se destinasse mais a turistas como eu, que ousam desrespeitar a discrição nipônica.
Lembrei dessa história hoje ao receber de meu amigo André Machado, via Facebook, notícia publicada no Yahoo News sobre uma senhora americana que foi retirada à força de um trem porque incomodava os demais passageiros gritando ao celular. Acreditem: a fulana conseguiu ficar conversando durante nada menos do que 16 horas, ou seja, toda a viagem. Não só recusou os pedidos para desligar seu aparelho como ainda destratou as pessoas que viajavam no mesmo trem. Como se diz por aqui, “armou um tremendo barraco”. Acionada, a polícia recolheu a, digamos, dama numa das estações e levou-a direto à cadeia.
Detalhe: o vagão era do tipo “quiet car”, criado nos EUA justamente para pessoas que gostam de sossego em viagens longas. Nesse tipo de vagão, o uso de celular é simplesmente PROIBIDO. Dona tagarela sabia, portanto, que ali não era lugar para conversar, muito menos aos berros. Quantas pessoas você já encontrou que fazem coisas semelhantes? E não só no trem, mas no elevador, na fila do cinema ou até em reuniões e salas de aula? Vejam no vídeo o que faz um professor com o celular de um aluno… Que inveja dos japoneses!
