Excelente artigo de Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo de domingo, causou repercussão na internet ao comparar o cérebro das pessoas viciadas em internet a um forno de microondas fazendo pipoca! Talvez não seja uma analogia de bom gosto, mas às vezes é preciso recorrer a metáforas para chamar atenção sobre um problema que é sério. Já tinha lido a respeito tempos atrás, quando vi um neurologista relatando os efeitos das ondas eletromagnéticas emitidas pelos celulares sobre as células cerebrais. Segundo alguns especialistas, é exatamente como milho de pipoca: com ondas cada vez mais intensas, as células são hiperativadas – e podem, no extremo, até estourar!!!

A analogia de Dimenstein é um pouco diferente. Atualmente morando nos EUA, ele cita pesquisa da Universidade de Stanford sobre um fenômeno que os cientistas chamam “cérebro de pipoca”. Seria um distúrbio causado pelo excesso de informações que uma pessoa recebe, num processo constante e desorganizado, que acaba provocando alterações químicas no cérebro. Incapazes de se concentrar numa única atividade, os portadores do problema não conseguem dar conta de tarefas banais do dia-a-dia, como ler um livro ou conversar com alguém sem interrupção. Acabam vitimados pelo “analfabetismo emocional”, definido como a incapacidade de perceber emoções nas outras pessoas. É como se a hiperatividade associada à internet e à vida digital “queimasse” os neurônios.

Alguém pode contra-argumentar: essa é apenas mais uma, entre tantas pesquisas. Como aquela de que o uso constante do celular provoca câncer. Por via das dúvidas, já estou usando meu fone de ouvido Bluetooth. Agora, ficar sem internet, a essa altura, parece bem mais complicado.

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