Enquanto a Sony do Brasil coloca em prática sua estratégia de reconquistar as fatias de mercado perdidas anos atrás, lá no Japão um incômodo diz-que-diz tira o sono de seus executivos. Começando pelas boas notícias da semana: a empresa anunciou ter fechado parceria com a Band para que os proprietários de TVs Bravia possam assistir aos programas da emissora, via internet, até 24 horas após sua exibição ao vivo. Isso vale, é claro, para os TVs com capacidade de conexão à internet, assim como Blu-ray players e sistemas de home theater. O acordo vinha sendo negociado desde o ano passado. A Sony já fechara algo semelhante com o SBT (vejam a tela acima) e ainda tenta o mesmo com outras emissoras, inclusive a Globo (esta, porém, tem outros planos…). Uma novidade é que o conteúdo será disponibilizado também para alguns países latinoamericanos.

Mas a semana foi conturbada do outro lado do mundo. Em meio aos terríveis esforços de recuperação pós-terremoto, os japoneses testemunharam a violenta queda na Bolsa de Valores de Tóquio, com o governo ameaçando desvalorizar fortemente o iêne para não prejudicar mais ainda as exportações, que continuam sustentando a economia do país. Nesse cenário, a indústria eletrônica foi abalada pela notícia de que a Hitachi, um dos maiores conglomerados do mundo, decidiu não fabricar mais displays: irá terceirizar a produção com fornecedores chineses. Quanto à Sony, foi envolvida em boatos na mesma linha. Kazuo Hirai, segundo homem na hierarquia do grupo hoje, teve de vir a público para desmentir as notícias de que a Sony iria sair do setor de TVs.

Segundo The Wall Street Journal, Hirai (que foi responsável pelo sucesso do PlayStation e é cotado para assumir no futuro o lugar do CEO Howard Stringer) foi enfático: “Todo mundo sabe que o mercado está difícil”, disse ele. “Mas isso não significa abandonar o setor de TVs. A pergunta é: o que precisamos fazer para reverter essa situação? Não se trata apenas de cortar custos, temos que diferenciar nossos produtos num mercado que já está saturado”.

Hirai admitiu os planos para terceirizar partes da produção, mas fez questão de deixar claro que a Sony exige controle sobre os itens que afetam diretamente a qualidade dos produtos. E lembrou que, acima de tudo, a Sony é uma empresa de displays. “Trabalhamos com quatro tipos deles: smartphones, tablets, computadores e, é claro, TVs, que são uma parte essencial de nosso negócio”.

 

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