Alguém já perguntou aqui, mas não tive chance de responder: embora continue restrito a poucos fabricantes, o formato de tela 21:9 não está condenado. Ao contrário, pode ganhar um reforço importante: a CEA (Consumer Electronics Association) anunciou modificações em sua Norma 861, que estabelece as especificações para TV Digital. A ideia é chegar a um consenso sobre o funcionamento de displays, players e gravadores compatíveis com essa proporção de imagem.

A entidade está formando um grupo técnico que irá analisar as várias possibilidades e depois oficializar a norma. O grupo, aliás, é coordenado pelo vice-presidente de pesquisas da Zenith, que pertence à LG. Fazem parte outros fabricantes e também representantes dos estúdios de cinema, para quem o formato 21:9 pode ser um novo atrativo para o público. Além da Philips, que lançou o produto na Europa e no Brasil, a americana Vizio – hoje a marca de TVs mais vendida nos EUA – também tem o seu.

A definição dos requisitos e recomendações da CEA será importante para nortear o desenvolvimento dos futuros aparelhos. Além dos já citados, há ainda os receptores de TV (aberta, cabo e satélite), pois uma das intenções é estimular também as emissoras a manter o formato original dos filmes (aspect ratio) quando exibidos na televisão.

Se você ainda não teve oportunidade de ver um TV 21:9 funcionando, não estranhe: realmente, há bem poucos desses aparelhos no Brasil. A Philips importou alguns no final do ano passado, mas além do custo semi-proibitivo (cerca de R$ 25 mil para o modelo de 58″) há a questão logística: os TVs 21:9 são muito mais delicados e sofisticados que os TVs convencionais, e exigem cuidados redobrados no transporte e na instalação (vejam este vídeo). A empresa está prometendo lançar, agora em outubro, uma segunda versão do produto (leiam aqui o teste que fizemos com a primeira versão lançada na Europa), mas ainda não definiu exatamente quando nem quanto.

5 thoughts on “TV 21:9, agora um padrão

  1. Excelente notícia Orlando.

    Agora fico curioso como eles vão fazer isso, em um disco Blu-Ray penso que a solução poderia ser de duas formas:

    1ª A matriz de pixels do disco Blu-Ray passaria a ser 2.538×1.080p (2.35:1) e ao ser exibido nas TV’s 21:9 usaria toda a resolução da TV, e nas TV’s 16:9 sofreria um pequeno downscaling, mas nada que prejudicasse a imagem. PROBLEMA: os players Blu-Ray teriam que ter no mínimo uma atualização de firmware.

    2ª A matriz de pixels do disco Blu-Ray continuaria sendo 1.920×1.080, e o filme 2.35:1 seria gravado de forma anamórfica (comprimido horizontalmente). Na TV 21:9 ele (filme) seria esticado horizontalmente tomando sua forma original, e na TV 16X9 ele seria comprimido verticalmente. Esse processo é semelhante ao que ocorre hoje com o DVD widescreen anamórfico em uma TV 16×9 e uma 4×3. PROBLEMA: da mesma forma os players Blu-Ray teriam que ter no mínimo uma atualização de software.

    Estou animado e curioso sobre as medidas que irão tomar.

  2. Só não consigo entender o porque o padrão de tv tem que ser wide 1:86, sendo que as matrizes originais de filmes sempre foi 21:9 anamórfico, as emissoras de tv ( principalmente as porcarias abertas brasileiras ) tinham que se adaptar ao formato 21:9 desde a popularização dos plasmas , pois quem é entusiasta de filmes se sentiriam em casa com o padrão 21:9, mas daqui a pouco todas nossas tv 1:86 estarão “obsoletas”, fazendo todos trocarem mais uma vez….

  3. Ótimo! Estou aguardando a definição do padrão para os Blu-ray Discs serem compatíveis com 21×9.

    Sou de uma empresa de autorações de Blu-ray Disc e já conseguimos fazer um vídeo compatível com a HDTV 21×9: usando técnica do pixel anamórfico em 1920 X 1080. Para amenizar a perda na qualidade, poderiam padronizar o vídeo para 2K (2048 X 1080 pixels) em vez de HD (1920 x 1080).

    Além disto, a alternativa é usar a mesma técnica de compressão usado para Blu-ray Discs com filmes 2D e 3D, onde é um vídeo AVC com os 2 padrões multiplexados. Em vez de 3D, usar para fazer um vídeo 21×9 compatível.

    Acho que definirão um padrão 21×9 anamórfico, como nos DVDs que tem tela 4×3 e os vídeos 16×9 tem as tarjas pretas geradas pelo player. Será necessário atualização dos firmwares dos atuais players.

    Por enquanto estamos autorando os discos BD de forma que seja compatívle com as HDTVs 21×9, onde o usuário amplia o centro da tela. Não perderá as legendas, com a ampliação.

  4. O modelo da Philips de 58″ já lançado está à venda em vários sites por ainda caros R$ 14.999,00 e não R$ 25.000,00 como informado acima.

  5. Peter Gatz Birle,

    Quando você fala em perda de qualidade seria pelo fato da imagem 21:9 estar anamórfica na matriz 16:9?

    Não entendi bem o que é vídeo AVC com padrões multiplexados. Mas isso quer dizer que em um disco Blu-Ray poderia vir o filme 21:9 anamorfizado e o mesmo filme na matriz 16:9, porém com barras?

    Nesse caso a atualização de firmware só seria necessário para quem tem TV (ou projetor) 21:9?

    Outra coisa, quando você diz:

    “Acho que definirão um padrão 21×9 anamórfico, como nos DVDs que tem tela 4×3 e os vídeos 16×9 tem as tarjas pretas geradas pelo player. Será necessário atualização dos firmwares dos atuais players.”

    Essas tarjas geradas pelo player seriam somente em TV’s 4×3, correto?

    Pois o que sei é que um filme 16:9 é gravado de forma anamórfica em um DVD (matriz de pixels 4:3). Quando a TV é 4×3, o filme é achatado em cima, e embaixo (gerando as tarjas) de modo que a distorção gerada pelo processo anamórfico desapareça. Já em TV’s 16×9, o filme seria expandido nas laterais para ocupar toda a tela, e da mesma forma, eliminar as distorções.

    Abraço

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