Prometo que esta será a última vez em que comentarei aqui sobre a montadora do iPad brasileiro. Vou esperar até que os primeiros aparelhos de fato estejam no mercado. Mas é incrível como o governo tenta forçar a barra sobre esse negócio, como se fosse altamente estratégico para o país (e como se não houvessem outras prioridades). Agora, o ministro Mercadante fez exatamente o contrário do que deve fazer quem está negociando um projeto tão importante: mordeu a própria lingua!
“Há uma negociação em curso, e a EBX, a Positivo e a Semp Toshiba estão interessadas”, disse o ministro através do site do Ministério. Não é estranho? Se houvesse mesmo uma negociação desse porte em andamento, seria o caso de manter sigilo – até para proteger as partes envolvidas. É o que costumam fazer as grandes empresas e os governantes responsáveis. Segundo Mercadante, Positivo e STI entrariam com seu know-how industrial, enquanto a EBX, holding do megaempresário Eike Batista, financiaria o projeto. Na sexta-feira passada, Eike esteve com a presidente Dilma e deve mesmo ter ouvido apelos nesse sentido. Aliás, ele próprio já manifestou, no ano passado, o desejo de construir uma fábrica de produtos Apple no Rio de Janeiro, lembram-se?
Por ser o homem mais rico do país e, sem dúvida, um empreendedor arrojado, Eike tem o perfil ideal para alavancar um projeto orçado em US$ 12 bilhões. Já os dois fabricantes possuem a infraestrutura necessária para dar início à obra. E a Foxconn entraria com a tecnologia propriamente dita. Nenhum problema em costurar essa aliança. Mas ainda prefiro ver para crer. Trata-se de algo muito grande para se brincar assim com a reputação das empresas. E se não der certo? Qual será a próxima desculpa?
Caro Orlando,
Sempre muito lúcido em suas colocçãos!
Deixo um abraço,
Pergunto aos amigos! A Foxconn iria investir tamanha soma financeira para investir num país onde o próprio CEO afirmou em uma reunião com a dilmeta que o brasil é um país onde o povo deixa de trabalhar para assistir um jogo de futebol?
É claro que não! A Foxconn não deseja investir um centavo nesse projeto. Se a sanha politica dos petralhas em tentar mostra para o “mundo” que o brasil tem capacidade de produzir o tablet mais famoso do mundo, deseja tanto a produção, tem que assumir com seus recursos.
A China tem a mão de obra mais barata do mundo graças ao regime escravo onde o trabalhador não tem direito nem ao primeiro salário, cujo o vencimento é usado como “indenização” por perda do posto de trabalho.
Além disso, lá não existe greves, carteira de trabalho, férias, décimo terceiro, sindicatos e outras “seguranças” ao trabalhador. Além disso, o trabalhador brasileiro custa 60% a mais e menos disposição para o “trabalho escravo” como o chinês.
Orlando, esta é uma estória da carochinha. Não temos a menor capacidade para tocar tal empreendimento. Se o tal de Eike colocar dinheiro neste projeto (deve ser do BNDES, não?) vai perder tudo. O nosso sistema tributário herdado da colônia e sem modificação desde o império inviabiliza qualquer projeto de alta tecnologia a custos competitivos. É esperar sentado e ver!