Lembro que, nos tempos do governo militar, era comum ler notícias do tipo “tal empresa brasileira é a maior da América Latina”. Tínhamos a maior cidade, o maior PIB, a maior siderúrgica e a maior quantidade de automóveis do continente, sem falar na maior floresta (a Amazônica) e no maior estádio do mundo (Maracanã)… Tolices como essas ajudavam a alimentar o ufanismo nacional, bem ao gosto dos ditadores.

Nos tempos atuais, esses títulos parecem insuficientes. Temos que ser muito, muito maiores. Dias antes do Natal, o ministro da Fazenda comemorou, com apoio de alguns jornais e sites, o fato de o Brasil ter superado a Grã-Bretanha para se tornar a sexta maior economia do planeta. Analistas independentes questionaram: e daí? Por que não se compara a renda per capita dos dois países, esse sim um índice que pode apontar o grau de desenvolvimento de uma nação?

Agora, leio no IDG Now sobre a pesquisa T-Index 2015, que analisa o crescimento do Brasil no setor de comércio eletrônico. Diz o estudo que em 2015 o país será o quarto do mundo nessa área (atualmente, é o sétimo). O que isso significa? Absolutamente nada.

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