Maçã para todos os gostos

Como lembrou bem meu colega Julio Cohen, mesmo sem estar participando da CES a Apple foi a empresa mais comentada do evento. É impressionante a quantidade de produtos que vêm sendo criados para fazer companhia aos iPads, iPhones, iPods e Macs. Um dos estandes mais vistosos que encontramos (foto) foi o da empresa iLuv, especializada justamente em acessórios nessa linha. Sem falar que nove de cada dez pessoas que encontramos nos corredores da Feira (e na propria cidade de Las Vegas) portava um desses aparelhos.

E, claro, há a inacreditavel quantidade de imitações, vindas de todos os cantos. Durante a semana, surgiu a noticia de que a Apple iria processar um fabricante chinês que lançou um tablet igual ao iPad – se for levar essa ideia à frente, a empresa irá gastar um bom dinheiro com advogados. Talvez esteja aí a melhor prova da genialidade de Steve Jobs e da equipe que ele formou para criar a empresa mais admirada do planeta: todo mundo quer imitá-la.

Nesta sexta-feira, a imprensa internacional divulgou que a Apple precisou suspender as vendas do iPhone 4S na China devido a tumultos provocados pelos compradores, que quase destruíram uma loja onde o produto estava em falta. Como não há condições de aumentar a produção a niveis suficientes para atender a um mercado gigantesco como aquele, a solução foi simplesmente parar de vender: assim, pelo menos, as lojas são preservadas.

O problema afeta até o mercado americano, onde o iPhone já virou quase produto de primeira necessidade. Aqui mesmo em Las Vegas, fomos checar a disponibilidade e descobrimos uma solução genial encontrada pela empresa. Quem quer comprar um iPhone 4S precisa entrar no site e fazer a reserva. Não adianta ir direto à Apple Store (existem quatro aqui na região). Todo dia, a partir das 21hs, o site começa a aceitar reservas. Normalmente, o esquema é interrompido alguns minutos depois, pois os estoques não vencem. Quem fez a reserva pode ir no dia seguinte à loja especificada e retirar o seu aparelho; se não for, perde o direito, pois a fila – como se sabe – tem que andar.

E assim vai se criando mais um case de marketing em torno da Apple. Essa especie de jogo de gato e rato (o gato, no caso, é o consumidor tentando caçar um iPhone) só valoriza ainda mais o produto e seu fabricante. Como enfrentar um concorrente assim?