No final de abril, a Samsung inaugurou sua primeira loja de grife no Brasil, no Shopping Higienópolis (São Paulo), criando uma nova política comercial que pode, a longo prazo, mudar a configuração do varejo brasileiro. A empresa havia inovado em 2007, quando lançou a Samsung Experience, primeira loja-conceito, também em São Paulo, onde os usuários podem experimentar os produtos, mas não comprar. Agora, é uma loja pra valer, focada principalmente em aparelhos portáteis. A empresa tem mais cinco projetos de lojas desse tipo a serem inauguradas este ano.
Sua principal concorrente, a LG, também já abriu a sua, em Porto Alegre, buscando um conceito diferente (a regionalização) – leiam aqui. Ambas seguem, com isso, os passos da Sony, primeira entre os grandes fabricantes a partir para “vôos-solo” como esses. No fundo, todas querem replicar o sucesso das lojas Apple, um fenômeno pelo mundo afora. Não é fácil, principalmente no Brasil, onde o custo do metro quadrado, em cidades como São Paulo e Rio, já se equipara ao metrópoles da Europa e dos EUA (vejam esta reportagem). E onde os custos indiretos – impostos, transporte, logística, encargos etc. – estão entre os mais altos do mundo.
Mas, pelo menos no caso da Samsung, a aposta parece ser mundial. O site americano SFGate publicou na semana passada que a empresa está abrindo lojas próprias no Canadá, como parte de um plano-piloto. Será essa uma boa estratégia, considerando que as maiores redes de varejo norte-americanas estão fechando, e não abrindo, lojas? O “case” Apple, parece, não pode ser tomado como referência. Aberta a primeira em 2011, a empresa fundada por Steve Jobs possui hoje nada menos do que 357 lojas, sendo 245 nos EUA e 112 em outros países (está abrindo mês que vem mais duas na China). Eram 273 em 2009, ou seja, de lá para cá a rede cresceu 30%! Mais impressionante ainda: segundo o mesmo site, com recessão e tudo, o faturamento das Apple Stores subiu 44% no ano passado, saltando para US$ 14 bilhões.