Depois de três dias de correria, com eventos um atrás do outro, retomamos aqui os trabalhos do blog. Apenas como explicação, que a meu ver os leitores merecem, o blog ficou sem atualizações, mas foi por uma boa causa: no hot site que criamos para a IFA 2012, temos uma grande quantidade de informações, entre fotos e vídeos exclusivos, além dos textos, evidentemente. Ali está um belo panorama do evento, que a partir de hoje (sábado) abre-se ao público em geral.
Vamos aos poucos analisar o que vimos, mas uma curiosidade impossível de não notar é a discrição com que são mostrados os TVs 3D. Lembro bem da euforia que vivemos aqui em 2010, quando o sucesso do filme Avatar dava a impressão de que estávamos diante de uma nova revolução. Chegamos a comentar aqui que, sendo a mídia televisão muito diferente do cinema, não seria tão fácil transformar os sucessos de Hollywood em êxitos também dentro de casa. O que não dava para prever é que os estúdios demorassem tanto tempo para trazer ao formato doméstico – naturalmente o Blu-ray – os mesmos conteúdos que rendiam milhões nos cinemas. A falta de conteúdo acaba sendo, sem dúvida, a maior responsável pela timidez do consumidor, no mundo inteiro, em adotar a tecnologia 3D.
Aqui na IFA, ouvi de um executivo que os TVs 3D já representam 8% das vendas no Brasil. Achei o número alto, até porque, conversando com fontes de várias empresas, não consegui apurar um número confiável para o mercado mundial. O que indica que não deve ser um dado agradável para ser divulgado.
Nos estandes da IFA, há uma infinidade de TVs 3D, de todas as marcas importantes, mas esse parece que virou apenas um detalhe, e não algo digno de ser mencionado (inclusive nos press-releases). Mais importantes este ano são as inúmeras possibilidades de conexão dos novos TVs, sua integracão sem fio com tablets e smartphones, a oferta crescente de aplicativos e as redes de serviços que cada fabricante está montando, aparentemente sem preocupação com a compatibilidade (falaremos disso em outro comentário).
Conclusão: se a imagem é 3D ou não, quem vai decidir é o consumidor. Mas este não é mais um bom argumento de venda.
Ixe… vai saber, pelo menos nos cinemas uma grande parte das pessoas prefere assistir os filmes em 3D, especialmente filmes de ação/aventura, que são os filmes que justificam mais a utilização do 3D. Imagine se um Almodóvar tem alguma utilidade em 3D? É só explosão, furacões e afins. Acho que este já é um bom motivo para terem diminuído a divulgação do 3D. Mas entre dois TVs semelhantes, uma com 3D e outro sem, eu escolho o que tem. Desde que, claro, não tenha que pagar 1/3 a mais por isto.
Eu enviei muitos emails para este blog em 2008 e 2009 querendo entender um pouco mais do porque eu teria que trocar meus equipamentos ( receiver, bluray player, projetor SHARP XVZ 10000U e TV) para outros compatíveis com 3D e ninguém conseguia responder. Guardo alguns, ainda. Como não se trata de nova tecnologia eu achava que era apenas marketing e que, se tivéssemos que trocar, os preços não deveriam ser maiores do que equipamentos sem o recurso 3D. Troquei, claro, todos por eu ser um “early adopter” ( e, claro, paguei muito mais por não querer esperar um pouco). Por isso concordo com o Paulo Marcelo. É algo que veio para ficar e não há mais diferencial de preços por vir com a “função” 3D. E nem deveria haver.