Um amigo do Facebook me pergunta por que as tarifas de celular são tão mais caras no Brasil do que em outros países. A questão veio a propósito do artigo que escrevei aqui, semana passada, sobre as privatizações, em particular a do setor de telefonia. Minha resposta foi semelhante às que já dei, aqui neste mesmo espaço, a leitores que questionam os preços em geral. Vejam, por exemplo, este post e este outro.

O economista Ricardo Amorim, em artigo recente, também analisou a questão. E o site da revista Exame publicou há alguns dias este estudo da consultoria internacional KPMG, sobre o nível dos tributos em vários países, colocando o Brasil na quarta colocação (atrás apenas de França, Itália e Japão) entre os que mais cobram impostos e taxas das empresas. Mais: nosso país é o 48° em competitividade, segundo o Fórum Econômico Mundial, que se baseia em fatores como logística, infraestrutura, nível de capacitação e eficiência dos trabalhadores, educação primária e ambiente macroeconômico (entre outros).

Esse último item engloba as políticas governamentais que incentivam, ou não, as atividades empresariais e o empreendedorismo, incluindo fiscalização sobre a corrupção, quebra de contratos e regras, clareza e eficácia das leis, intervencionismo do governo nos negócios privados, concorrência (ou falta de) e burocracia. Tudo isso faz do Brasil um dos países mais caros do mundo, como está cansada de saber qualquer pessoa que, por exemplo, tem que alugar um imóvel ou comer num restaurante nas grandes cidades do país. O aparelho que você compra e manda entregar em sua casa custa mais caro porque a transportadora teve que enfrentar o caótico trânsito da cidade. E assim por diante.

Voltamos, então, à pergunta do meu amigo. Tarifas telefônicas são tão caras quanto tudo o mais neste país. A diferença é que quase ninguém hoje pode viver sem telefone. Produtos supérfluos, as pessoas compram – e pagam mais caro – porque querem. E é por isso que os brasileiros já são chamados por aí de idiotas.

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