Após fazer muito barulho no lançamento, dois anos atrás, a Google decidiu suspender os investimentos em seu projeto Fiber, que prometia oferecer banda larga ultra rápida. Na semana passada, o blog oficial da empresa anunciou uma “pausa” nas operações, embora garantindo que o serviço continuará nas 12 cidades americanas onde já está implantado (ou em vias de).
Não há muitas explicações, mas sites especializados comentam que as pressões dos investidores têm aumentado. A Google Inc. instituiu o hábito de criar empresas para desenvolver projetos futuristas, como é o Fiber, sem muita preocupação com o retorno financeiro de curto prazo. Mas parece que agora não é mais assim. Há necessidade de mostrar aos donos do dinheiro que a empresa não joga dinheiro fora!
No ano passado, o grupo promoveu uma reestruturação exatamente com esse objetivo. A parte lucrativa – buscas e publicidade, mais o YouTube – ficou de um lado, e todas as startups foram agrupadas num segundo bloco, sob controle de uma holding chamada Alphabet. Estão nesse guarda-chuva a Nest (automação), Google Glass (realidade virtual), Calico (tecnologias para saúde), Google Ventures (investimentos em outras empresas) e o cultuado X Lab, que se dedica a pesquisas em novas tecnologias.
Segundo o jornal The Washington Post, a maioria desses negócios dá prejuízo, porque – na visão mais pessimista – “produzem coisas que ninguém quer comprar”. No caso do projeto Fiber, chamou a atenção dos especialistas quando a empresa anunciou que construiria redes de 1 Gigabit por segundo, o que significa 40 vezes mais que a do Netflix, hoje a mais rápida do planeta. Montou a primeira delas na cidade de Kansas City, seguiu para outras cidades, mas o fato é que foi um trabalho ocioso – talvez audacioso demais, ou no mínimo precipitado.
Além da estrutura física, à base de fibra, há um custo alto para convencer as famílias a adotarem o Fiber e abrir mão dos serviços tradicionais de banda larga. Para seduzi-los, a empresa começou a oferecer seu próprio de TV, com HBO, ESPN etc., tendo assim que pagar os respectivos direitos. Além de tudo isso, está tendo que brigar na Justiça contra operadoras como AT&T e Comcast, que são donas dos pontos de acesso.
Assim, nem o Google aguenta.