Se a indústria eletrônica vem contemporizando diante de algumas decisões do governo Trump (não digeriu até hoje, por exemplo, as restrições ao trabalho de imigrantes legais), pode-se prever um choque mais forte a qualquer momento. Na semana passada, revelou-se que a Casa Branca estuda impor tarifas pesadas à importação de produtos chineses, entre eles os eletrônicos. Depois do alvoroço que causou com as tarifas do aço, Trump agora bate de frente com o setor de tecnologia.

A notícia foi divulgada pela agência Bloomberg, citando fontes próximas à Casa Branca. O governo estaria pensando até em restringir investimentos chineses nos EUA, algo jamais pensado antes. A primeira medida nessa linha foi o veto à compra da fabricante de chips Qualcomm pela chinesa Broadcom, um negócio estimado em quase US$ 120 bilhões, o maior da história. A alegação, típica de ditaduras nacionalistas, é a “ameaça à segurança nacional”.

Ações de empresas que seriam afetadas pelas restrições a produtos chineses caíram na Bolsa de Nova York, logo em seguida à divulgação da notícia, inclusive as da Apple, a mais valorizada de todas. Se não houver um desmentido, o mesmo deve acontecer com Intel, AMD, Cisco, Dell e tantas outras corporações americanas que dependem de fornecedores chineses. Tensão maior ainda está sendo registrada nos escritórios de gigantes como ZTE, Lenovo, Huawei, Foxconn e outras, que têm nos EUA seu maior mercado fora da China.

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