Quando comentamos, dois meses atrás, sobre as novidades exibidas na CES de Las Vegas, faltou explicar melhor a tecnologia Micro-LED, que a Samsung apresentou como “o futuro dos displays”. O TV apelidado The Wall foi uma das atrações do evento, com suas 146 polegadas e imagens em resolução 8K. A promessa da empresa era colocá-lo em alguns países no segundo semestre, mas talvez esse cronograma tenha que ser repensado. Num evento em Seul no final de fevereiro, a rival LG apresentou a sua versão Micro-LED, já anunciando o lançamento comercial em setembro.

Mais uma vez, portanto, as duas maiores fabricantes da atualidade partem para uma corrida cujo vencedor, na prática, só será conhecido anos mais tarde. Os que acompanham o mercado mais de perto sabem que já está ocorrendo uma corrida entre os dois grupos, com a disputa entre painéis orgânicos (OLED, da LG) e painéis de pontos quânticos (QLED, da Samsung). Micro-LED seria algo para superar ambos.

 

Pelas descrições já disponíveis, sabe-se que essa tecnologia se baseia em partículas inorgânicas, ainda menores que as orgânicas (daí o prefixo “micro”), para compor a imagem, algo semelhante ao que mostra a foto com o microscópio. São elementos capazes de produzir a própria luz, ao contrário dos leds convencionais, que precisam de um painel de backlight. A luz num micro-LED é mais intensa e estável, favorecendo a reprodução mais precisa de cores, com tempo de resposta mais baixo para imagens em movimento. São também partículas com vida útil maior que as usadas hoje em dispositivos OLED. Para quem se interessa, detalhes sobre a tecnologia podem ser encontrados aqui.

Só para lembrar: a primeira fabricante a colocar no mercado um produto com essas características foi a Sony, que em 2016 lançou em alguns países os videowalls da série Cledis (Crystal LED).  São considerados os aparelhos mais avançados na categoria – e são também os mais caros. 

Para o segmento residencial, essa brincadeira está apenas começando. Segundo o site Business Korea, o vice-presidente da LG Electronics, Cho Seong-jin, deu ordens expressas para que sua fábrica entregue os primeiros micro-LEDs antes da Samsung. A fábrica pertence à LG Innotek, divisão do grupo dedicada a eletrônicos de precisão que fornece, por exemplo, componentes para a indústria aeroespacial. 

Só para completar: estudo recente da consultoria japonesa Yano Research indica que o mercado mundial de micro-LED é pequeno atualmente (apenas US$ 7 milhões), mas deve disparar nos próximos anos, chegando a US$ 4,5 bilhões até 2025. Vamos ficar de olho.

2 thoughts on “Micro-LED: quem sai na frente?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *