Aconteceu há duas semanas, na Califórnia, a edição 2018 do Quantum Dots Forum, congresso técnico reunindo especialistas de vários países. Especialistas mesmo: os tópicos atendiam por títulos como QDCFR (sigla que em português seria algo como “troca de filtros de cor por elementos QD”) e ELQD (“pontos quânticos eletroluminescentes”). O evento é bancado por fabricantes que desenvolvem essa tecnologia, como Samsung, TCL e Nanosys, e que convidam pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa (como o celebrado Fraunhofer, da Alemanha). Este ano, pela primeira vez falou-se ali abertamente em como superar os displays orgânicos (OLED), naquela que se configura como a principal disputa tecnológica dos próximos anos.
No site Display Daily, o consultor Peter Palomaki, que participou dos debates, relata que o uso combinado de elementos orgânicos e inorgânicos para filtragem das cores aumentaria os níveis de preto dos painéis QLED. Nos painéis atuais, os pontos quânticos (inorgânicos) estão espalhados numa película que recobre o painel de pixels, melhorando a luminosidade, a reprodução das cores e os ângulos de visão laterais. Mas seu brilho é tão intenso que acaba afetando as ondas de luz vindas do painel traseiro (backlight).
Uma solução proposta é substituir os backlights tradicionais, que são de leds comuns, por painéis de leds orgânicos. Teríamos então filtros OLED-QDCFR, aproveitando os intensos níveis de preto desses elementos. Falta saber se isso é viável em termos de custo.
No Fórum, houve também discussões sobre temas mais avançados, como a técnica ink-jet (jato de tinta) na produção de pontos quânticos, que hoje são elementos sólidos (teoricamente, isso faria cair seu custo); Micro-leds, tidos como a “próxima evolução” dos painéis de vídeo (já comentamos sobre eles aqui); e o uso de um material chamado perovskita, que aliás já vem sendo analisado pelo pessoal da Universidade de Campinas, no Laboratório de Nanotecnologia e Energia Solar.
Talvez esteja aí o futuro dos TVs.