Saiu o primeiro relatório da CTA (Consumer Technology Association) sobre os efeitos da crise no mercado mundial de eletrônicos. A entidade, que reúne cerca de 4 mil empresas do setor em todo o mundo, divulgou neste fim de semana uma análise com foco nos três segmentos que mais impactam a indústria: TVs, smartphones e laptops.

O relatório mostra números do primeiro trimestre e faz projeções para o ano, reconhecendo que as perdas serão grandes. Mas deixa uma margem de otimismo, ao lembrar que o mercado já enfrentou várias crises nas últimas décadas e sempre saiu fortalecido. “A tecnologia será catalisadora da recuperação”, afirma Gary Shapiro, presidente da CTA.

Em sua análises, a entidade enumera quatro aspectos que irão influenciar diretamente a forma e a velocidade dessa recuperação: duração das dificuldades no sistema de saúde, pressão sobre os gastos das famílias, efeitos dos estímulos fiscais e das ajudas financeiras a empresas e consumidores, e as inevitáveis mudanças de comportamento. Em resumo, estas são as principais análises para cada segmento:

TVs – Haverá maior atraso na adoção de inovações como 8K e OLED. A projeção para o mercado americano é de queda entre 8% e 14% nas vendas este ano. Em compensação, estima-se que mais famílias desejarão comprar TVs novos para acomodar as novas necessidades relacionadas ao home office e a permanência dos filhos por mais tempo em casa. 

Smartphones – Deve aumentar o tempo que as pessoas normalmente levam para trocar de aparelho. Os fabricantes provavelmente irão segurar o lançamento de modelos 5G até que a crise esteja controlada. A queda nas vendas deve ficar entre 6% e 15% em relação a 2019.

Laptops – A demanda aumentou no início da pandemia porque muita gente adotou o trabalho remoto. Além disso, os estudantes também tiveram que se adaptar às aulas online. Mesmo assim, é esperada uma queda entre 4% e 12% nas vendas do ano.

Quanto ao crescimento do streaming, a avaliação é que seu impacto será duradouro sobre a indústria, com mais pessoas buscando upgrades em seu equipamento assim que o orçamento permitir. Na semana passada, a Netflix divulgou ter conquistado 15,8 milhões de novos assinantes em todo o mundo no primeiro trimestre – um aumento espetacular: 23% sobre o mesmo período de 2019. Não se sabe ainda como foi a performance dos concorrentes.

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