Sim, continuamos na humilhante casa dos 14 milhões de desempregados e a conta das empresas falidas nos últimos anos jamais poderá ser fechada, pois traz consigo sonhos desfeitos, famílias desintegradas, depressão, doenças (muitas fatais) etc. Mas há sinais positivos em alguns setores da economia. Tenho ouvido relatos animados de fabricantes cujo maior problema – acreditem – é não conseguir atender os pedidos que não param de chegar.

 

 

Mesmo com o noticiário recheado de escândalos (e pode haver escândalo mais cruel e revoltante do que o desvio de verbas destinadas à compra de vacinas?), há motivos para otimismo diante de notícias como esta: o segmento de construção vive seu melhor momento dos últimos dez anos, diz a Fundação Getulio Vargas. Reportagem de hoje no jornal Valor Econômico revela que a FGV dobrou sua projeção de crescimento para o setor este ano, de 4% para 8%, prevendo receitas superiores a R$ 200 bilhões.

Seria um dos efeitos da pandemia, que fez muita gente priorizar reformas e investimentos dentro de suas casas. E também resultado de uma nova expansão do setor imobiliário, que aproveita os juros baixos e a maior oferta de crédito. O jornal entrevistou várias empresas e coletou dados de 22 sub-setores ligados à construção, concluindo que o aumento foi de 24,4% no primeiro semestre (16,6% em 12 meses). O site da Aureside reproduz o texto aqui.

Não há dúvida de que são dados animadores para o segmento de AV & Automação, que historicamente tende a replicar o ritmo dos investimentos em imóveis e reformas. Ainda é cedo para saber se isso acontecerá com os mesmos percentuais, até porque estamos no meio de um processo de transição tecnológica que incentiva o uso de sistemas sem fio e/ou baseados na internet (tema para um próximo post).

Quase todo mundo com quem conversamos tem pelo menos algumas histórias para contar sobre clientes que vêm mudando seus hábitos de vida (e de consumo). Infelizmente, a indústria eletrônica de modo geral enfrenta um problema que poucos previram – a falta de insumos como chips, que já analisamos aqui. E isso pode atrapalhar. Mas, como sempre, das crises surgem novas oportunidades. É bom ficar atento a elas.

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