Foi um russo, o grande León Tolstoi, quem escreveu: “Para as pessoas comuns, a guerra é sempre uma derrota, mesmo quando se vence”. Ironia que agora seja a Russia a provocar mais destruição e mortes com essa invasão da vizinha Ucrânia.

Ainda é cedo para avaliar a extensão do conflito, mas já se sabe que haverá sanções econômicas contra o país que já nos deu artistas e cientistas geniais. E os impactos na economia global serão inevitáveis; afinal, esta é a primeira invasão em larga escala em território europeu envolvendo uma grande potência desde a 2a. Guerra.

Um dos impactos pode ser na indústria de chips, já afetada nos últimos dois anos pela pandemia. A Ucrânia é o maior produtor mundial de gás neon de grau semicondutor, enquanto a Russia fornece cerca de 40% do paládio consumido no mundo atualmente. Fabricantes de componentes eletrônicos compram grandes quantidades desses dois materiais, cujo fornecimento pode ser afetado, principalmente no caso ucraniano.

O neon de grau semicondutor, diferente do neon comum, é muito importante na produção de laser, que por sua vez é usado intensamente na fabricação de chips. Parte desse gás vem da Rússia e é purificado na Ucrânia. Já o paládio é um metal nobre utilizado na produção de memórias e sensores. Mais detalhes neste link.

Pode haver impacto também na produção de software, já que a Ucrânia é famosa por seus desenvolvedores. São atualmente mais de 200 mil deles, segundo a Associação Ucraniana de TI, citada no site da Fast Company. Há no país uma vasta cultura voltada ao empreendedorismo e à geração de startups, principalmente depois que o governo privatizou esse setor, nos anos 2000.

Muitos desses profissionais trabalham remotamente atendendo clientes de vários países. Uma das consequências imediatas da invasão russa, para eles, já está sendo a quebra nas redes de comunicação, inclusive com acusações de que o governo russo contratou hackers para bloquear redes como Twitter, Facebook e Instagram.

Na verdade, é preciso muito cuidado com essas informações, pois sabe-se que, na guerra, a primeira vítima é a verdade, frase atribuída ao dramaturgo grego Ésquilo. Infelizmente, as vítimas físicas já estão sendo contadas.

 

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