O colega e amigo Manoel Fernandes, da Bites, hoje uma das principais consultorias do país em análise de mídias digitais, foi quem me alertou, ainda em 2018, que a eleição poderia ser decidida nas redes. Bingo! Para o bem ou para o mal, essas máquinas assustadoras (pelo seu poder de disseminação) são cada vez mais decisivas para as pessoas tomarem decisões, seja de consumo, negócios, viagens, tratamentos de saúde e, é claro, política.

Falo, é claro, de Facebook, YouTube, WhatsApp, Instagram, Twitter, Telegram, Tik Tok (que comentamos aqui semanas atrás) e, em menor escala, LinkedIn. Difícil encontrar alguém que não acesse pelo menos uma dessas redes todo santo dia. Pior: cada vez mais gente encara as redes como sua fonte preferencial de informação, cometendo o grave erro de desprezar os canais em que as notícias passam por um mínimo de checagem.

No caso de eleições majoritárias como as deste ano, não há como questionar a influência das redes sobre os eleitores até o último minuto antes de entrar na cabine de votação. O lado bom da história é que a tecnologia também produz ferramentas úteis para o eleitor, se quiser, embasar melhor sua decisão.

Se você, como eu, ainda está em dúvida sobre em quem votar para deputado, por exemplo, eis aqui uma dica que pode ser útil. Encontrei algumas opções interessantes de candidatos no Match Eleitoral, um serviço criado pela Folha de São Paulo para auxiliar (sem influenciar) o eleitor.

Você responde a 20 perguntas sobre temas variados (economia, educação, meio ambiente, aborto, privatizações, drogas, liberação de armas etc.) e, com base nas respostas, um algoritmo exibe uma lista dos candidatos que mais se assemelham ao seu perfil. Encontrei alguns que “concordam” comigo (ou será o contrário?) em mais de 80% das questões, ou seja, me sinto mais seguro para votar num deles.

O serviço funciona somente para a escolha de senadores e deputados federais, em que as opções são muitas. É uma ferramenta valiosíssima, considerando que a maioria de nós não consegue se lembrar em que deputado ou senador votou na eleição passada – e isso se repete de dois em dois anos.

Pena que ainda não incluíram os candidatos a deputados estaduais, quem sabe na próxima. Mas já é um bom começo. O link é este: https://matcheleitoral.folha.uol.com.br/2022.

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