Como se imaginava, é impossível caminhar pelos corredores da CES 2024 sem tropeçar em menções à Inteligência Artificial e seus derivados. Além das TVs que se ajustam automaticamente via algoritmo, como já comentamos várias vezes, estamos todos – digo nós, a humanidade – aos poucos sendo envolvidos por essa teia que repete o fenômeno da internet a partir dos anos 90 (“teia”, aliás, em inglês se traduz por “web”).
Não são poucos os analistas prevendo para os próximos anos que dispositivos de IA irão dominar nossas vidas. No primeiro dia da CES, visitei estandes gigantes – Samsung, LG, TCL, Harman, Panasonic e a surpreendente Hisense, por exemplo – e também menores, de marcas pouco conhecidas no Brasil. Em todos, o apelo audiovisual para recursos ligados a IA fica evidente.
Apenas um exemplo, que comentaremos em detalhe mais à frente: a Harman está demonstrando um app chamado Auracast que permite integrar diversos tipos de caixas acústicas sem fio e ainda transformá-las em assistentes de voz (Alexa e Google já vêm embutidos no app) para acionar luzes, cortinas e outros recursos de automação (aqui, mais detalhes). Simples, não? Pois é, como dizia Steve Jobs, as soluções mais geniais são exatamente as mais simples.
Repassando a história da CES na instalação (foto) montada, logo na entrada do Las Vegas Convention Center, para comemorar os 100 anos da CTA (Consumer Technology Association), me ocorreu que a maioria dos produtos inovadores lançados no evento ao longo das últimas décadas eram, basicamente, hardware. Hoje, com IA, estamos falando mais de software, que impulsiona aplicativos e conectividade, ferramentas em que se sustentam quase todos os novos produtos. Um resumo dessa história pode ser conferido neste link.
De passagem, assisti ao vivo a um trecho de debate entre especialistas em IA confirmando que “ela” (podemos chamar assim essa nova companheira?) veio mesmo para ficar conosco por muito e muito tempo. Andrew Ng, professor de Stanford e fundador de várias empresas no Vale do Silício, além de ter em 2011 fundado dentro da Google a divisão Brain (“cérebro”), que trata justamente disso, foi bem didático: “Assim como a eletricidade serve para várias coisas, o mesmo acontecerá com IA”.