Em meio às polêmicas envolvendo EUA e China, chega do Oriente uma notícia que não é tão importante quanto a “guerra das tarifas”, mas vai interessar a quem trabalha com áudio e vídeo. Acaba de ser criado um consórcio de fabricantes chineses com o extenso nome de International 8K Ultra HD Video Industry Collaboration Alliance (não sei se já tem sigla, seria bom que tivesse…).
São cerca de 50 empresas do setor de tecnologia, incluindo TCL, Hisense, Huawei, Lenovo, Haier e ZTE, que decidiram se unir para criar um novo padrão de conexões chamado GPMI (General Purpose Media Interface). Pela descrição, transportaria sinais de áudio, vídeo, dados e energia por um único cabo, com capacidade 4X maior que o atual HDMI 2.1.
Curioso que, na última CES, em janeiro, o HDMI Forum, que regula o uso dessa conexão em todo o mundo, anunciou a versão 2.2, que terá 2X mais bandwidth (banda de passagem) que a 2.1: de 48 para 96 Gigabits por segundo. Os primeiros produtos com esse conector estão previstos para sair no final do ano (aqui, mais detalhes). Pois o chinês GPMI oferece 192Gbps, algo que tecnicamente pode ser considerado um prodígio.
Segundo o consórcio chinês, GPMI permitirá trafegar sinais de vídeo 4K e 8K, áudio imersivo, áudio de alta resolução, pacotes de dados e sinais de alimentação elétrica – e ainda sobrará capacidade. Estará disponível em duas versões de conector USB: Type-B e Type-C; na primeira, permitirá transferir energia de até 480W (240W na segunda, que é menor).
Mais ainda: terá recursos para controle de redes e aceitará protocolos similares ao HDMI CEC, que permite comandar vários aparelhos com um só controle remoto. De certa forma, é um conceito parecido com o do padrão HDBaseT, que não “pegou” na indústria de consumo, mas vem sendo muito usado em instalações profissionais (vejam aqui).
Os chineses ainda não deram uma previsão de quando GPMI estará disponível no mercado internacional, mas não deixa de chamar atenção o fato da novidade ser anunciada agora, em pleno tiroteio comercial entre os dois países mais ricos do mundo. É como se a China estivesse dizendo: em matéria de tecnologia avançada, eu não preciso de vocês…
A conferir se empresas de outros países irão aderir ao GPMI, ou se tudo não passa de balão de ensaio.
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