Uma edição especial que estamos preparando para a feira da ABTA, no final do mês, acabou tomando boa parte do tempo antes dedicado a este blog. Por isso, nos últimos dias não consegui manter o ritmo das atualizações. Peço desculpas aos leitores. Vamos retomando aos poucos.

Pesquisando sobre o assunto com várias fontes, deu para confirmar que realmente o setor de TV paga é um dos mais ativos do momento. Não apenas pelas polêmicas, especialmente em função da nova legislação e dos poderes concedidos à Ancine, ainda sub-júdice no STF (mais detalhes aqui), mas pelo fantástico crescimento do número de assinantes. Nos últimos três anos, nada menos do que 7 milhões de domicílios passaram a receber o serviço, praticamente dobrando a penetração da TV por assinatura no país. Já são cerca de 15 milhões, devendo chegar ao final do ano com 16,5 milhões, o que, pelos critérios do IBGE, irá significar mais de 60 milhões de usuários (quase 1/3 da população). Ainda é um número baixo, se comparado com a Argentina, por exemplo, mas o tamanho do Brasil desautoriza qualquer comparação do gênero.

Outro detalhe importante que constatamos é a pronta resposta dos assinantes a inovações como video-on-demand e PVR (Personal Video Recorder), que não existiam até três anos atrás. Assim como aumenta rapidamente o acesso a serviços como Netflix, hoje o grande “inimigo” da TV paga em todo o mundo. Os privilegiados brasileiros que têm boa conexão de banda larga vão aos poucos deixando de visitar as videolocadoras físicas para aderir ao conforto dos serviços online (não entro aqui no mérito da qualidade dos conteúdos oferecidos; a migração se deve mais à comodidade).

Chama atenção ainda o movimento – que também já comentamos aqui – das programadoras internacionais em busca de conteúdo nacional para cumprir as polêmicas cotas estabelecidas pela nova lei. Sejamos contra ou a favor, o fato é que – a menos que o STF altere essa situação a curto prazo – os canais pagos vão passar a oferecer mais coisas produzidas no Brasil. Nos bastidores, comenta-se que deve aumentar o número de reprises de filmes de sucesso. Prepare-se para ver dezenas de vezes Tropa de Elite, Se Eu Fosse Você e outros sem a mesma qualidade.

Enfim, o brasileiro descobriu a TV paga, ainda que seja apenas para continuar vendo os mesmos canais.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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