A edição de março da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL (que pode ser baixada aqui) traz um interessante artigo sobre a qualidade da reprodução das imagens dinâmicas nas TVs. Interessante e oportuno, diante da crescente oferta de conteúdos esportivos ao vivo, pelas emissoras e plataformas de streaming. Não falo apenas de futebol, embora esse seja o “filé mignon” das programações, mas também de tênis, F1, NBA etc. – claro, o conceito se aplica a todo tipo de conteúdo recheado de imagens em movimento, como filmes e séries de ação.

O tema se torna ainda mais atual com a revelação dos detalhes sobre a nova versão da conexão HDMI (2.2), anunciada na CES, em janeiro, e que ainda este ano deve ser lançada comercialmente. Entre vários avanços, a banda de transmisão do sinal (bandwidth) irá dobrar de 48 para 96 Gigabits por segundo, e isso afeta diretamente a capacidade dos equipamentos trafegarem mais detalhes das imagens em tempo real, o que é essencial em conteúdos dinâmicos.

Ainda iremos esmiuçar mais as (muitas) inovações do HDMI 2.2, que aos poucos substituirá a versão 2.1 lançada em 2017. Focando por ora apenas nas TVs atuais, a adoção do conector 2.1 vem sendo muito rápida, como já mostramos em nosso Guia de TVs 4K e 8K, atualizado em dezembro último. Praticamente todos modelos a serem lançados este ano pelas principais marcas virão com essa conexão (2.2, no Brasil, provavelmente só em 2026).

Este ano, pela primeira vez, há várias emissoras transmitindo esporte ao vivo regularmente, às vezes até em 4K HDR. E as plataformas de streaming também perceberam o apelo desse tipo de conteúdo, disponível diariamente em Globoplay, Max, Disney+, Amazon Prime Video e Paramount+. Sem falar no YouTube e nos canais que os próprios clubes vêm montando. Claro, a qualidade de som e imagem não é sempre a mesma, mas pelo menos nos eventos mais importantes o telespectador pode ter uma ótima sensação de envolvimento, especialmente se contar com uma TV de tela grande.

Amenizando o “efeito novela”

Nem todo mundo percebe, mas imagens rápidas trazem consigo o chamado blur, nome que se dá em inglês aos rastros deixados pelos objetos em movimento (como na imagem acima). Para amenizar esse efeito, criou-se há muitos anos o recurso de interpolação de quadros: o processador da TV “cria” quadros copiando detalhes da imagem e os insere entre os quadros originais.

Porém, dependendo da eficiência do processador, a imagem pode ficar artificial, falha que até ganhou um apelido pejorativo: “efeito novela” (soap opera effect), referência ao fato de que, nessas condições, uma imagem produzida para cinema acaba ficando “com cara de TV”. Só que a tecnologia evolui. Hoje, com IA e seus algoritmos de alta precisão, o processo de interpolação de quadros é muito mais refinado, pelo menos nas TVs com processador melhor, que são geralmente as mais caras.

Numa TV HDMI 2.1, é possível obter todo esse ganho na tela se a fonte de sinal for do mesmo padrão. Infelizmente, a maioria dos receptores de streaming não chega perto disso. Mas essa é outra história.

Só para lembrar: TVs com conector HDMI 2.0 permitem trafegar apenas sinal 4K na frequência de 60Hz; em 2.1, passamos para 4K@120 e 8K@60, já incluindo HDR dinâmico (Dolby Vision ou HDR10+); na versão 2.2, será possível transmitir 4K a 480Hz, 8K@240 e até 10K@120.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *