Incrível como demorou, mas o serviço de streaming mais popular em todo o mundo só agora decidiu adotar o áudio de alta resolução. Satisfeita com sua penetração em escala planetária (algo em torno de 265 milhões de assinantes pagos, o dobro do YouTube Music), a plataforma sediada na Suécia tem se destacado da concorrência por, aparentemente, não dar a mínima para essa mesma concorrência.

Não mais. Nesta semana, o serviço começa a oferecer em alguns países conteúdos no padrão lossless audio (“sem perdas”), um  avanço em relação ao MP3 básico e seus congêneres como o Ogg Vorbis, adotado pelo Spotify. A forte compressão desses arquivos acaba eliminando parte das frequências que o artista utilizou na gravação original, embora isso não seja percebido com fones de ouvido (ou caixas acústicas) de padrão popular.

Agora, o Spotify dá mostras de querer mudar esse quadro. Só que ainda timidamente. A promessa é que os assinantes premium terão a opção de ouvir suas playlists no formato FLAC (sem perdas), só que em resolução quase igual à do CD: amostragem de 44.1kHz e profundidade de 24-bit (no CD, é 16-bit).

Essas duas especificações fazem muita diferença para o usuário com ouvido exigente. Notem que o FLAC do Amazon Music, do Tidal e do badalado Qobuz, por exemplo, traz taxa de amostragem de 192kHz, a mesma do ALAC da Apple. Isso se traduz em menor distorção e maior dinâmica, captando com maior precisão os extremos do espectro sonoro (graves e agudos).

Bem, por enquanto a novidade do Spotify estará disponível em 12 países, Brasil não incluído. Mas a empresa informou que pretende lançá-la gradualmente em outros 50 territórios, e aí nosso país certamente estará. Não ficou claro no comunicado se haverá aumento de preço na assinatura premium para ter acesso a esse upgrade.

 

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

2 thoughts on “Spotify adere, enfim, ao áudio sem compressão

  1. Olá, gostaria de saber como faço para ter acesso as revistas HT da década de 90 e 2000. Acredito que nesse tempo elas deveriam existir somente no formato físico. Gosto muito de tecnologia voltalda nesse universo de áudio e vídeo. Gostaria muito de rever o que ficou nesse passado de nostalgia e satisfação e sua evolução até os dias de hoje.

  2. Olá Cleverson, obrigado pela msg. Infelizmente, a maioria das edições daquele período não está mais disponível. Realmente, se esgotaram e não foram feitas reimpressões. O que temos em arquivo são textos das primeiras edições em formato word, algumas fotos e as capas em pdf, nada além disso. Temos apenas uma coleção encadernada que não tem como ser replicada. Abs

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