Infelizmente, não pude estar presente ao IV Congresso Brasileiro de Publicidade, que aconteceu esta semana em São Paulo. Foi o maior encontro de publicitários de todos os tempos e, entre outras decisões, resultou na criação de um fórum permanente para discutir os problemas do setor (com encontro já agendado para maio do ano que vem).

Mas talvez a decisão mais relevante seja a de rever, através das normas do Conar, os anúncios de bebidas, especialmente os de cerveja, que circulam no horário nobre da televisão. Claro, há diversos projetos de lei tramitando no Congresso com a intenção de proibir esse tipo de anúncio, aquele em que o sujeito toma tal cerveja e imediatamente conquista as mulheres mais lindas. O apelo erótico dessa espécie de publicidade atinge principalmente jovens e adolescentes, que segundo as últimas estatísticas formam o grupo em que o consumo de bebidas mais aumenta. No entanto, agências e anunciantes tendem a uma atitude hipócrita, na linha do “não tenho culpa se esse pessoal segue o que pregam os anúncios”.

Felizmente, boa parte do mercado publicitário vai contra essa corrente e pede mudanças. Espero que o Conar de fato consiga mudar essa situação. Como diz o grande Washington Olivetto – que por sinal não aceita fazer anúncios de bebidas nem de cigarro (e nem de governos) – o pior num anúncio, além da falta de originalidade, é a falta de honestidade e de respeito ao consumidor. Que o Conar entre em cena, pelo bem de nossos filhos.

1 thought on “Quem dá mais pela cerveja?

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