Hoje é meu último dia aqui nos EUA. E, fora da CEDIA Expo, claro que o assunto de todo mundo é a eleição presidencial de novembro. As pesquisas dão 50-50, ou seja, os candidatos Obama e McCain estão empatados; e pelo visto vão continuar assim até o final, a não ser que aconteça uma grande surpresa pelo caminho.

É interessante que, em comparação com as eleições anteriores, parece que a população está mais participativa. As convenções que confirmaram as duas cancidaturas foram transmitidas ao vivo pela TV e deram alta audiência. No saguão do hotel onde estou, o discurso da candidata a vice de McCain, Sarah Palin, reuniu na frente da televisão uma platéia digna de final da NBA. Dizem os especialistas que essa mulher pode virar a eleição a favor dos republicanos, pois era completamente desconhecida e tem um carisma muito maior do que o próprio McCain.

Seja como for, o país está dividido. E vai continuar assim, seja quem for o vencedor. Conversando com executivos da indústria na CEDIA, percebe-se que eles estão mais tensos do que o normal, mas isso não se deve propriamente à eleição, e sim à crise econômica que o País está enfrentando este ano. As últimas estatísticas indicam o caminho de uma recessão. Só um exemplo: o setor de material escolar, que nesta época do ano tem seu grande salto com a volta às aulas, teve queda de 30% nas vendas em relação a 2007.

Não foi coincidência que a Expo, embora tenha mostrado dezenas de produtos interessantes e ótimos cursos para os profissionais, atraiu desta vez menos gente do que no ano passado. “É a economia”, resumiu o diretor de uma das maiores empresas presentes ao evento. “Os revendedores que deveriam estar aqui em Denver estão em suas empresas, tentando aumentar suas vendas, porque este ano não está fácil”. Claro: se a população economiza em material escolar, que dirá de TVs, DVDs etc?

E a eleição pode mudar isso? Poucos acreditam. Seja quem for o novo presidente, há uma crença geral de que será melhor do que Bush (até aí, nenhuma vantagem, pois Bush foi de longe o pior presidente americano das últimas décadas). Mas a economia, esta não depende do governo neste país. Ao contrário do Brasil, por exemplo, onde o governo interfere em tudo e suga dinheiro das empresas e dos trabalhadores de todas as formas possíveis.

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