Não sei se é a fábrica mais moderna do mundo (o pessoal da Sharp garante que é). Mas uma coisa posso dizer: é a mais impressionante de todas que já vi. Estive hoje em Kameyama, pequena cidade próxima de Nagoya, onde a Sharp Corporation montou a maior fábrica de painéis LCD do mundo. Maior até 2010, porque outra já está em construção, perto dali, em Sakai.

O tamanho nem é tão importante assim. O que mais me impressionou foi a sofisticação. Sugiro um passeio pelo site oficial da unidade, e em novembro darei mais detalhes, na edição especial que estamos preparando sobre o Japão. Mas algumas coisas já posso contar. A Sharp desenvolveu um processo fabril especial para seus painéis LCD. Não é à tôa que lidera esse mercado em todo o mundo. Em tempo: quando falo em LCD, não pensem apenas em televisores. Estamos falando de painéis de cristal líquido, um processo refinadíssimo, que a Sharp fornece para uma infinidade de aplicações, incluindo as telinhas de celulares e MP3.

Essa fábrica é quase toda alimentada por energia solar. Para isso, há centenas de painéis captadores montados no teto e nas paredes do prédio. No processo de fabricação dos painéis LCD, cada placa de vidro (tecnicamente chamada de substrato), com milímetros de espessura, é manipulada com todo carinho, e este é um dos segredos. Imagine carregar um vidro finíssimo, com 2m85 de largura por 3m05 de comprimento? Como fazer para que o vidro não quebre? Pois é, um painel como esse (veja a foto) serve para fabricar seis TVs de 60″, ou 24 TVs de 30″.

Aliás, minto. Serve, não, servirá em 2010, quando a nova fábrica estiver funcionando.

A visita foi marcante. Cheguei bem perto da linha de produção, onde robôs carregam os painéis para um lado e para outro, e homens vestidos como astronautas fazem as devidas checagens. Vi também como é o sistema de proteção contra terremotos montado pela Sharp, para evitar uma tragédia que, além de colocar em risco vidas humanas, transformaria os nobres painéis em cacos de vidro; não estou brincando, houve um terremoto desses em abril último, 5 graus na Escala Richter, e graças a esse equipamento ninguém sofreu nada, nenhum vidro foi sequer arranhado.

Só não saí de lá totalmente satisfeito porque não pude tirar fotos nem fazer vídeos dentro da fábrica. Segredo industrial absoluto. Poucas pessoas, aliás, têm autorização para entrar ali. Fui um dos privilegiados. Logo, logo, conto a história completa.

1 thought on “Onde nasce o LCD

  1. orlando bom dia tudo bem,acompanho as publicações da Home Theater desde o Inicio,quando o Work Shop foi naquela mansão do Morumbi.
    temos um assistência técnica em Santo André,e gostaria de informações sobre esse mercado que está cada vez mais descartável,qual a sua opinião com relação ao futuro dessas empresas ??

    atenciosamente

    ricardo Rosante

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