GAFA é uma expressão criada na França e usada pela primeira vez em dezembro de 2012, numa coluna de economia do jornal Le Monde. Pura ironia dos franceses, que inventaram a sigla para se referir ao que consideravam (e muitos ainda consideram) as quatro empresas que dominam os negócios relacionados à tecnologia. Todas são americanas: Google, Apple, Facebook, Amazon. 

Na imprensa francesa, as “quatro irmãs” (alusão às célebres sete irmãs do petróleo no século passado) são geralmente associadas a tudo de ruim que acontece no mundo tecnológico. Dos vírus aos bugs de computador, do uso indevido de dados dos usuários ao não pagamento de impostos, da prática de dumping à proliferação de hackers, e por aí vai. GAFA, na França, é a nova face do velho imperialismo ianque (para entender melhor, cliquem aqui).

Houve quem criticasse, na época, a ausência da Microsoft, mas como se viu nos últimos anos os franceses estavam certos – a empresa fundada por Bill Gates caiu muito de cotação. Mas, se há uma marca que pretende entrar nesse clube, e não economiza para isso, é a Samsung. Só não cabe na sigla porque não é americana, e a crítica dos franceses é dirigida particularmente aos EUA. 

Nesta quarta-feira, o grupo coreano anunciou que decidiu criar um orçamento adicional para investir em quatro segmentos tecnológicos: Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), componentes eletrônicos para automóveis (elétricos e/ou autônomos), biofarmacêutica e a 5a geração de chips para dispositivos móveis. Não é pouca coisa; o plano cobre praticamente todas as áreas atualmente em expansão no planeta.

Para tanto, a direção da Samsung está reservando nada menos do que US$ 22 bilhões nos próximos três anos, segundo informa o site CNBC. Só para AI, serão contratados 1.000 pesquisadores, e no total a estimativa é de 40 mil novas vagas em vários países. Em tempo: isso tudo num momento de “crise”, com a queda na venda de smartphones.

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