espn-3d-10501O que significa a decisão da ESPN de interromper seu projeto de canal 3D 24 horas? Até o final do ano, americanos assinantes das principais operadoras continuarão podendo acessar o conteúdo de documentários e reprises de eventos esportivos que a emissora captou com equipamento 3D ou adquiriu de terceiros. Em 2014, o canal sai do ar. A justificativa da empresa, que pertence ao conglomerado Disney, é a mais simples possível: falta de audiência.

Pode ser um péssimo sinal. Embora se saiba que as vendas de TVs 3D não decolaram como esperava a indústria, a decisão da ESPN representa um duro golpe nos adeptos dessa tecnologia. Enquanto o YouTube amplia seus serviços em 3D, por enquanto com poucos acessos, e as produções de cinema nesse formato continuam no mesmo ritmo, os demais setores da indústria parecem mesmo ter esfriado os ânimos. Existem vários canais 3D pelo mundo afora, mas a maioria com limitada oferta de conteúdo, o que força contínuas e irritantes reprises.

E o pior: na prática, tem havido poucos avanços em relação à própria experiência do usuário, que hoje é basicamente a mesma de 2010, quando os primeiros TVs foram lançados. A Sony, por exemplo, tirou do ar em abril seu site 3D World, lançado em 2011 com a promessa de promover o formato; seria também uma plataforma para o lançamento de novos conteúdos, que os usuários de TVs Bravia poderiam acessar. O mesmo fez a Panasonic, que financiou o lançamento do Blu-ray Avatar 3D com toda pompa.

E há, é claro, o problema dos óculos. Já se sabe que as projeções de vídeo 3D sem óculos irão demorar, e enquanto as pessoas tiverem que usar o acessório vai ser difícil convencê-las a ver, por exemplo, filmes de longa-metragem 3D em casa. Sim, acho que a maioria gostaria de assistir, por exemplo, aos jogos da Copa do Mundo ou a um grande show de música em 3D. Mas quanto isso custaria?

Empresas como Microsoft, National Geographic, Discovery, Intel e a própria Disney participam do consórcio 3D@Home, que investe no aprimoramento da tecnologia, usando inclusive cineastas consagrados – como Martin Scorsese e James Cameron – como garotos-propaganda. Existem ainda sites dedicados ao assunto, alguns até exibindo vídeos, geralmente curtos, em 3D (veja um deles aqui).

Mas é pouco, muito pouco.

5 thoughts on “ESPN aposenta canal 3D

  1. Parece que a tecnologia 3D ainda não atingiu seu ápice. Apesar de haver mercado para Displays 3D, o sistema ainda não é o que o consumidor espera. Os óculos ativos (shutter glasses) são incômodos e podem eventualmente causar dores de cabeça e náuseas após certo tempo de uso, eu teria dificuldades em assistir uma partida de futebol inteira sem sentir os efeitos de transição das lentes. A tecnologia de óculos passivos é mais confortável e acessível, porém a resolução diminui (o que, pessoalmente, não acho uma grande desvantagem com o atual aumento da resolução dos televisores). Penso que a tecnologia 3D sem óculos vai passar pelos tablets (e pelos games, claro) antes de chegar aos televisores, porque o observador não precisa de um afastamento maior em relaçao ao painel e por ser individual, o ângulo de visão também não precisa ser extremamente amplo. Minha dúvida é se seria tão atrativo assistir programas 3D em tablets.

  2. Patricia, já existem tablets e até smartphones 3D. O desafio da indústria é produzir telas grandes autoestereoscópicas, ou seja, que dispensam os óculos, com alta definição e sem distorções pelo ângulo de visão. Acho que ainda vai demorar. Abs. Orlando

  3. Eu adoro o 3D. Em um projetor de boa qualidade e BEM CALIBRADO é uma experiência inesquecível. Até hoje não teve uma única pessoa que viesse aqui em casa e não ficasse maravilhada com a qualidade de um filme 3D bem feito. O problema é que tem bom hardware, bons filmes, etc. Claro que o fato de ter que usar óculos não ajuda muito, mas pra ver um filme de vez em quando usando um óculos de boa qualidade tudo fica melhor. Outro problema, na minha opinião, foi que lançaram o 3D muito cedo, quando a tecnologia não estava pronta para o consumidor final e isso traumatizou muita gente. Até hoje vejo pessoas dizerem que não gostam de 3D porquê se você virar o rosto ou uma pessoa passar na sua frente o óculos perde sincronia, que não pode mexer, etc. Isso era coisa da primeira geração. Hoje me dia esses problemas foram drasticamente minimizados, mas infelizmente a primeira impressão ficou.

  4. Depois de mais de 3 anos de expectativas e muita economia eu, finalmente, comprei a minha tão esperada TV 3D (65VT50b Panasonic), e o fiz principalmente por causa do seu excelente sistema 3D. Não considero o uso dos novos óculos ativos R.F. (Radio Frequency por “bluetooth”) desagradáveis de utilizar por algumas horas, apesar de utilizá-los sob meus óculos de graus, apenas exageradamente hiper caros, exceto os da Samsung. Dentre as dezenas de opiniões dos “por quês” da tecnologia não ter ainda conquistado multidões muito pouco tem-se falado a respeito do obstáculo mais importante: OS PREÇOS EXTORSIVOS DOS BDs 3D, tanto nos States, Europa quanto isso, no Brasil, nem a poderosa http://www.amazon.com.br conseguiu ainda “autorização” das produtoras locais para negociar BDs por aqui com preços competitivos. Quanto às futuras TVs 3D sem óculos acredito que só terão aceitação ampla quando o fator “visualização” contemplar também alguns efeitos “especiais” de objetos saindo da tela, como ocorre com as TVs 3D convencionaris, porque apenas belas imagens com profundidade, a partir do ecrã para os fundos, não é tão interessante assim de se ver por horas e horas a fio numa imagem em 3D, por reduzir a “imersão” do espectador com o fato cinematográfico. Alguém discorda no todo?

  5. Olá Walter, obrigado pelas mensagens. O problema do 3D é que a maioria das pessoas realmente não se adapta aos óculos. Pelo menos, é o que dizem as pesquisas. Os preços dos discos de fato é muito alto, mas acredito que baixariam se aumentasse a escala de produção. Para isso, é necessário que mais pessoas comprem os TVs. Ou seja, a velha história do ovo e da galinha. Abs. Orlando

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *